Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012

Objetivos Identificar as causas e o perfil das vítimas, analisar a mortalidade nos últimos 13 anos e mapear mudanças assistenciais e socioeconômicas. Métodos Utilizaram-se dados do SIM e Datasus. Calcularam-se as proporções das causas de suicídio segundo as categorias do CID10, X60-X84, estratifican...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Daiane Borges Machado, Darci Neves dos Santos
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2015-03-01
Series:Jornal Brasileiro de Psiquiatria
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852015000100045&lng=en&tlng=en
id doaj-d1524c6d3e7f43c4a017c883d9f3f0a5
record_format Article
spelling doaj-d1524c6d3e7f43c4a017c883d9f3f0a52020-11-24T21:13:50ZengUniversidade Federal do Rio de JaneiroJornal Brasileiro de Psiquiatria1982-02082015-03-01641455410.1590/0047-2085000000056S0047-20852015000100045Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012Daiane Borges MachadoDarci Neves dos SantosObjetivos Identificar as causas e o perfil das vítimas, analisar a mortalidade nos últimos 13 anos e mapear mudanças assistenciais e socioeconômicas. Métodos Utilizaram-se dados do SIM e Datasus. Calcularam-se as proporções das causas de suicídio segundo as categorias do CID10, X60-X84, estratificando-se por lesões (X70-X84) e autointoxicações (X60-X69). Analisaram-se as incidências por raça/cor, escolaridade e faixa etária, de 2000 a 2012. Compararam-se variações na mortalidade por suicídio com mudanças regionais nos indicadores de cobertura, características socioeconômicas e demográficas. Resultados As maiores causas de suicídio foram enforcamento, lesão por armas de fogo e autointoxicação por pesticidas. Os mais acometidos foram os menos escolarizados, indígenas (132% superior à população geral) ou maiores de 59 anos (29% superior). As taxas entre homens são três vezes maiores em todas as regiões, embora tenha maior crescimento entre as mulheres (35%). A mortalidade mais elevada se encontra na região Sul (9,8/100.000) e o maior crescimento percentual, no Nordeste (72,4%). Conclusão A mortalidade por suicídio continua a crescer no país, com importantes variações regionais. A assistência à saúde também apresenta inequidades regionais, com importantes lacunas nos serviços de saúde. O Brasil ainda carece de programas governamentais que trabalhem efetivamente na prevenção do suicídio. Considera-se necessário estabelecer uma estratégia nacional de prevenção focalizando as populações de maior risco identificadas: índios, pessoas com menor escolaridade, homens e maiores de 60 anos, além da necessidade de ampliar a vigilância na comercialização ilegal de pesticidas.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852015000100045&lng=en&tlng=enSuicídiocausas de suicídiodiferenças regionaisassistência
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Daiane Borges Machado
Darci Neves dos Santos
spellingShingle Daiane Borges Machado
Darci Neves dos Santos
Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012
Jornal Brasileiro de Psiquiatria
Suicídio
causas de suicídio
diferenças regionais
assistência
author_facet Daiane Borges Machado
Darci Neves dos Santos
author_sort Daiane Borges Machado
title Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012
title_short Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012
title_full Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012
title_fullStr Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012
title_full_unstemmed Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012
title_sort suicídio no brasil, de 2000 a 2012
publisher Universidade Federal do Rio de Janeiro
series Jornal Brasileiro de Psiquiatria
issn 1982-0208
publishDate 2015-03-01
description Objetivos Identificar as causas e o perfil das vítimas, analisar a mortalidade nos últimos 13 anos e mapear mudanças assistenciais e socioeconômicas. Métodos Utilizaram-se dados do SIM e Datasus. Calcularam-se as proporções das causas de suicídio segundo as categorias do CID10, X60-X84, estratificando-se por lesões (X70-X84) e autointoxicações (X60-X69). Analisaram-se as incidências por raça/cor, escolaridade e faixa etária, de 2000 a 2012. Compararam-se variações na mortalidade por suicídio com mudanças regionais nos indicadores de cobertura, características socioeconômicas e demográficas. Resultados As maiores causas de suicídio foram enforcamento, lesão por armas de fogo e autointoxicação por pesticidas. Os mais acometidos foram os menos escolarizados, indígenas (132% superior à população geral) ou maiores de 59 anos (29% superior). As taxas entre homens são três vezes maiores em todas as regiões, embora tenha maior crescimento entre as mulheres (35%). A mortalidade mais elevada se encontra na região Sul (9,8/100.000) e o maior crescimento percentual, no Nordeste (72,4%). Conclusão A mortalidade por suicídio continua a crescer no país, com importantes variações regionais. A assistência à saúde também apresenta inequidades regionais, com importantes lacunas nos serviços de saúde. O Brasil ainda carece de programas governamentais que trabalhem efetivamente na prevenção do suicídio. Considera-se necessário estabelecer uma estratégia nacional de prevenção focalizando as populações de maior risco identificadas: índios, pessoas com menor escolaridade, homens e maiores de 60 anos, além da necessidade de ampliar a vigilância na comercialização ilegal de pesticidas.
topic Suicídio
causas de suicídio
diferenças regionais
assistência
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852015000100045&lng=en&tlng=en
work_keys_str_mv AT daianeborgesmachado suicidionobrasilde2000a2012
AT darcinevesdossantos suicidionobrasilde2000a2012
_version_ 1716748025409306624