“Quem é o ‘melhor da cultura’?”: representações de gênero, raça e faixa etária nas capas da revista Bravo!
Este artigo se propõe a mapear e analisar as capas da revista Bravo! ao longo dos quase 16 anos em que esteve em circulação, observando a construção da memória coletiva sobre a cultura brasileira a partir do lugar que a revista reserva para os diferentes sujeitos neste espaço consagrado e consagrant...
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2020-05-01
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doaj-03e03307b84f49b8ae1a3ce99b5eea6e2020-11-25T03:30:18ZporUniversidade Federal do Rio Grande do SulIntexto1807-85831807-85832020-05-0104927028910.19132/1807-8583202049.270-289“Quem é o ‘melhor da cultura’?”: representações de gênero, raça e faixa etária nas capas da revista Bravo!Pâmela Caroline Stocker0Anna Cavalcant1Silvana Copetti Dalmaso2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal do Rio Grande do SulEste artigo se propõe a mapear e analisar as capas da revista Bravo! ao longo dos quase 16 anos em que esteve em circulação, observando a construção da memória coletiva sobre a cultura brasileira a partir do lugar que a revista reserva para os diferentes sujeitos neste espaço consagrado e consagrante. Após a análise quantitativa, empregamos o conceito de gênero articulado aos estudos feministas pós-estruturalistas, compreendido como categoria analítica e epistemológica (SCOTT, 1995; BONETTI, 2007) mapeando questões de gênero, raça e faixa etária em uma perspectiva interseccional (CRENSHAW, 2004). Realizamos a análise qualitativa aplicando os preceitos teórico-metodológicos da Análise Enunciativa (FOUCAULT, 2007) aos dados. Os resultados apontam que a memória construída pela revista Bravo! privilegia o sujeito masculino (74% das capas), branco (91%) e na faixa dos 60 anos ou mais de idade (60%), fortalecendo e reiterando valores sociais hegemônicos no que se refere à cultura. Além disso, verificou-se que as mulheres têm mais visibilidade nas faixas etárias que antecedem os 40 anos, enquanto os homens ganham mais legitimidade na capa da revista a partir dos 60 anos de idade. Na perspectiva interseccional, identificamos a tripla invisibilização de gênero, raça e geração que atinge as mulheres negras, presentes em apenas 0,67% das capas. https://doi.org/10.19132/1807-8583202049.270-289jornalismomemóriagêneroculturarevista bravo! |
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Este artigo se propõe a mapear e analisar as capas da revista Bravo! ao longo dos quase 16 anos em que esteve em circulação, observando a construção da memória coletiva sobre a cultura brasileira a partir do lugar que a revista reserva para os diferentes sujeitos neste espaço consagrado e consagrante. Após a análise quantitativa, empregamos o conceito de gênero articulado aos estudos feministas pós-estruturalistas, compreendido como categoria analítica e epistemológica (SCOTT, 1995; BONETTI, 2007) mapeando questões de gênero, raça e faixa etária em uma perspectiva interseccional (CRENSHAW, 2004). Realizamos a análise qualitativa aplicando os preceitos teórico-metodológicos da Análise Enunciativa (FOUCAULT, 2007) aos dados. Os resultados apontam que a memória construída pela revista Bravo! privilegia o sujeito masculino (74% das capas), branco (91%) e na faixa dos 60 anos ou mais de idade (60%), fortalecendo e reiterando valores sociais hegemônicos no que se refere à cultura. Além disso, verificou-se que as mulheres têm mais visibilidade nas faixas etárias que antecedem os 40 anos, enquanto os homens ganham mais legitimidade na capa da revista a partir dos 60 anos de idade. Na perspectiva interseccional, identificamos a tripla invisibilização de gênero, raça e geração que atinge as mulheres negras, presentes em apenas 0,67% das capas.
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