O TRABALHO DE ONTEM, DE HOJE E DE AMANHÃ: O OLHAR DE JOVENS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE EGRESSOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE RESTRIÇÃO À LIBERDADE

• Main Authors: Gabriel Miranda de Souza, Mara Marçal Sales
• Format: Article
• Language: Spanish
• Published: Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 2019-07-01
• Series: Pretextos
• Subjects: medidas socioeducativas; juventude; ato infracional; trabalho
• Online Access: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/19369

Este estudo focalizou o público formado por jovens egressos de medidas socioeducativas que aderiram voluntariamente à participação no Programa Se Liga, de iniciativa do Governo do Estado de Minas Gerais, que tem como foco acompanhar adolescentes desligados das medidas socioeducativas de semiliberdade e/ou internação, oferecendo tanto o acompanhamento individual quanto o acompanhamento à rede socioassistencial. O objetivo geral da pesquisa foi analisar os sentidos atribuídos pelos jovens às atividades laborais. A pesquisa fez uso de uma abordagem qualitativa e a coleta de dados baseou-se na realização de entrevistas semiestruturadas. Participaram da investigação 05 (cinco) jovens que apresentaram, em algum momento do acompanhamento no Programa Se Liga, demanda por emprego ou profissionalização. Posteriormente, para análise dos dados, utilizou-se o método de análise de conteúdo. Para melhor compreensão dos resultados, focou-se na percepção dos jovens frente ao trabalho em três tempos: o ontem, o hoje e o amanhã. Os resultados mostram que o ingresso no mercado laboral é, para os jovens, uma das formas possíveis de se incluírem socialmente. Contudo, estes sujeitos se deparam com grandes dificuldades de inserção, uma vez que fazem parte de um grupo marcado por estigmas sociais, baixa escolaridade e, por vezes, não possuem experiências de trabalho formal - fator relevante para se conseguir emprego. Este estudo apontou, também, que a trajetória de vida dos jovens influencia o sentido dado por eles ao trabalho. Ou seja, quando estavam envolvidos com a criminalidade, o trabalho se relacionava a práticas ilegais. No momento atual, após o acautelamento e a entrada no Programa de Egressos, o trabalho passou a ser idealizado e as expectativas profissionais passaram a se confundir com as profissões associadas ao sistema de recuperação.