Summary: | Este artigo tem por objetivo apresentar limitações do sistema de vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) executado no âmbito do Ministério da Saúde em áreas indígenas, a partir do relato de experiência de técnicos e colaboradores que atuaram na vigilância da doença na Terra Indígena Wajãpi entre 2012 e 2015. O estudo compara as abordagens padrão preconizadas pelo Ministério da Saúde com abordagens alternativas entre três componentes principais: captação de casos e diagnóstico, tratamento e análise epidemiológica. Neste último componente, foram comparados métodos que se relacionam a análise de locais prováveis de infecção, entomologia e estudo de hospedeiros vertebrados. A comparação demonstrou que abordagens de cunho qualitativo e o conhecimento sobre padrões e espeficidades culturais do grupo indígena incrementaram a aceitabilidade do serviço de saúde. Abordagens integrativas como oficinas comunitárias, e, participativas que envolviam membros da comunidade como agentes de notificação e ação dentro do serviço, mostraram-se importantes alternativas para aperfeiçoamento da sensibilidade e representatividade do sistema de vigilância da LTA em áreas indígenas. Espera-se que as abordagens comparadas neste estudo possam servir de base para aperfeiçoamento de sistemas de vigilância em saúde, principalmente para doenças transmitidas por vetores em áreas indígenas.
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