Do “sistema das artes” à ambiência pós-histórica: itinerários da estética contemporânea

Uma fonte importante da reflexão sobre estética, hoje, é o que Hegel denominou “sistema das artes”, a saber, o resultado de um processo dialético no qual os principais métiers artísticos – começando com a arquitetura e terminando na poesia – se relacionam entre si, levando em consideração suas carac...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Rodrigo Duarte
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal Fluminense 2016-12-01
Series:Viso
Subjects:
Online Access:http://revistaviso.com.br/ojs/index.php/viso/article/view/226
Description
Summary:Uma fonte importante da reflexão sobre estética, hoje, é o que Hegel denominou “sistema das artes”, a saber, o resultado de um processo dialético no qual os principais métiers artísticos – começando com a arquitetura e terminando na poesia – se relacionam entre si, levando em consideração suas características associadas com o espaço ou com o tempo, originando uma espécie de “ranking” das artes. A estética contemporânea propriamente dita encontra na discussão de Theodor Adorno sobre o que ele chama de “pseudomorfose” um dos ecos mais influentes da posição de Hegel. Na medida em que as afirmações de Adorno foram desenvolvidas e atualizadas rumo à sua noção tardia de Verfransung (imbricação) das artes, elas se tornaram comensuráveis com a concepção de Arthur Danto de uma situação pós-histórica – um ambiente no qual nenhum ramo artístico predomina sobre qualquer outro, ocorrendo outrossim ilimitadas possibilidades de hibridização entre as artes. O ponto de vista de Danto, por sua vez, sugere uma proximidade com o diagnóstico de Vilém Flusser, de que presenciamos um ambiente pós-histórico num sentido mais amplo, dominado pelo que ele chama de “imagens técnicas”, no qual a arte aparece como um tipo de embriaguez.
ISSN:1981-4062