As capitanias hereditárias no mapa de Luís Teixeira

Partindo do conhecido mapa de Luís Teixeira, apresenta-se a evolução das capitanias hereditárias nos primeiros 50 anos. Constatou-se que esse mapa, apesar de seu valor histórico e cartográfico, possui diversos equívocos e inconsistências. Há enganos com relação às linhas divisórias, aos donatários e...

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Bibliographic Details
Main Author: Jorge Pimentel Cintra
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo, Museu Paulista 2015-12-01
Series:Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material
Online Access:http://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/109632
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spelling doaj-1328e7ceec5a439d8f13ccbe0702e3cb2020-11-25T04:00:45ZengUniversidade de São Paulo, Museu PaulistaAnais do Museu Paulista: História e Cultura Material0101-47141982-02672015-12-01232As capitanias hereditárias no mapa de Luís TeixeiraJorge Pimentel Cintra0Universidade de São Paulo; Escola PolitécnicaPartindo do conhecido mapa de Luís Teixeira, apresenta-se a evolução das capitanias hereditárias nos primeiros 50 anos. Constatou-se que esse mapa, apesar de seu valor histórico e cartográfico, possui diversos equívocos e inconsistências. Há enganos com relação às linhas divisórias, aos donatários e aos acontecimentos. Do ponto de vista cartográfico, como outros mapas da época, ele é suficientemente acurado em latitude, mas pouco em longitude. Com relação à datação, feita principalmente examinando-se os nomes dos donatários, pode-se dizer que coexistem dados de diferentes épocas, e a melhor explicação é de que o autor coletou dados numa época (1574) e depois atualizou algumas informações (1586), mas não todas. Para examinar essa questão, foi feita uma breve análise das vicissitudes desses territórios, cujas informações se encontram dispersas. Isso permitiu retificar alguns conhecimentos, como, por exemplo, o fato de a Capitania da Bahia, nos primeiros anos, ser formada unicamente pela cidade de Salvador, e que a categorização em vilas ou cidades não se dá pelo maior ou menor tamanho ou importância, mas pelo fato de serem criadas ou pelo donatário ou pela coroa. Esses enganos talvez possam ser explicados pelo caráter do mapa, comparável a alguns "roteiros" da época, e podem mostrar de forma concreta uma interessante lição já conhecida teoricamente: um mapa, por mais belo e histórico que seja, e por mais louvado que tenha sido, não pode ser considerado simploriamente como um retrato fiel da realidade, uma fotografia da época: como qualquer documento histórico, deve ser lido com cuidado e sentido crítico.http://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/109632
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