Bartleby e a contingência: o saber-fazer-com o impossível

Este ensaio propõe uma reflexão que parte da narrativa literária Bartleby, o escrevente: uma história de Wall Street, escrita em 1853 por Herman Melville. O objetivo é operar com as noções de contingência e de saber-fazer-com o impossível, no campo da educação. Apoiado no pressuposto freudiano de...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Janniny Gautério Kierniew, Simone Zanon Moschen
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal de Santa Maria 2019-11-01
Series:Educação (UFSM)
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/30745/pdf
Description
Summary:Este ensaio propõe uma reflexão que parte da narrativa literária Bartleby, o escrevente: uma história de Wall Street, escrita em 1853 por Herman Melville. O objetivo é operar com as noções de contingência e de saber-fazer-com o impossível, no campo da educação. Apoiado no pressuposto freudiano de que educar é uma das profissões que opera com o impossível e em diálogo com a leitura de Giorgio Agamben, que localiza no clássico de Melville a manifestação da contingência absoluta, este texto propõe que Bartleby, ao sustentar um lugar de resistência, em que a impossibilidade é compreendida como pura potência, promove um corte e instala um espaço para que alguma coisa que não estava dada a priori possa aparecer. Dessa forma, pensa-se que o personagem oferece pistas para inventar modos de um saber-fazer-com o impossível que pode interessar à educação. É por meio da narrativa literária de Herman Melville, articulada em torno do “preferiria não”, que se evidenciam coordenadas de uma constelação ética para um saber-fazer-com o impossível no campo da educação.
ISSN:0101-9031
1984-6444