A FUNÇÃO DA ESCRITA PARA O AUTISTA NAOKI HIGASHIDA
O presente artigo parte de um estudo que buscou compreender a função da escrita para o autista Naoki Higashida a partir do seu livro “O que me faz pular”. Diante da dificuldade que a voz falada apresenta para o autor, a hipótese levantada foi que a escrita viabiliza um tratamento da voz e a estabili...
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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
2020-09-01
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doaj-1730b66d0adc4a308ecf06ffd233be382021-01-15T17:15:44ZspaPontifícia Universidade Católica de Minas GeraisPretextos2448-07382020-09-0159304722303A FUNÇÃO DA ESCRITA PARA O AUTISTA NAOKI HIGASHIDATayná Amorim0Puc Minas Coração EucarísticoO presente artigo parte de um estudo que buscou compreender a função da escrita para o autista Naoki Higashida a partir do seu livro “O que me faz pular”. Diante da dificuldade que a voz falada apresenta para o autor, a hipótese levantada foi que a escrita viabiliza um tratamento da voz e a estabilidade dos signos, atendendo aos anseios de imutabilidade do autista. Partindo de um olhar psicanalítico sobre a voz e os sujeitos autistas, foram estudadas as contribuições de diversos autores relacionados ao tema, ressaltando as contribuições de Higashida em sua singularidade na sua relação com a escrita. Foi possível concluir que a voz, enquanto objeto a, não é algo extraído pelo autista em sua constituição, não favorecendo o endereçamento da voz ao outro, a partir da entrada na linguagem e, assim, o autista retém sua voz. A escrita de Higashida favorece à ele se conectar ao mundo externo, uma vez que possibilita o trabalho com signos, evitando polissemias e endereçamento direto da voz ao Outro, não havendo a presença marcante deste. A hipótese é confirmada uma vez que, sustentada pelo recurso ao duplo, a escrita proporciona tranquilidade ao lidar com letras, números e símbolos, atende aos critérios de imutabilidade buscado pelo autista, além de possibilitar a conexão e inserção social por meio dela.http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/22303autismopsicanaliseescritavozcomunicacao |
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Tayná Amorim |
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O presente artigo parte de um estudo que buscou compreender a função da escrita para o autista Naoki Higashida a partir do seu livro “O que me faz pular”. Diante da dificuldade que a voz falada apresenta para o autor, a hipótese levantada foi que a escrita viabiliza um tratamento da voz e a estabilidade dos signos, atendendo aos anseios de imutabilidade do autista. Partindo de um olhar psicanalítico sobre a voz e os sujeitos autistas, foram estudadas as contribuições de diversos autores relacionados ao tema, ressaltando as contribuições de Higashida em sua singularidade na sua relação com a escrita. Foi possível concluir que a voz, enquanto objeto a, não é algo extraído pelo autista em sua constituição, não favorecendo o endereçamento da voz ao outro, a partir da entrada na linguagem e, assim, o autista retém sua voz. A escrita de Higashida favorece à ele se conectar ao mundo externo, uma vez que possibilita o trabalho com signos, evitando polissemias e endereçamento direto da voz ao Outro, não havendo a presença marcante deste. A hipótese é confirmada uma vez que, sustentada pelo recurso ao duplo, a escrita proporciona tranquilidade ao lidar com letras, números e símbolos, atende aos critérios de imutabilidade buscado pelo autista, além de possibilitar a conexão e inserção social por meio dela. |
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