Cefaleias num Serviço de Urgência Pediátrico – etiologia e orientação clínica

Introdução: As cefaleias ocorrem em mais de 90% das crianças em idade escolar e são causa frequente de recurso ao Serviço de Urgência (SU). A cefaleia tem etiologias bastante diversificadas, desde ansiedade inerente ao ambiente escolar e familiar a condições que ameaçam a vida. Objectivo: Neste e...

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Main Author: João Rio Martins
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Pediatria 2013-09-01
Series:Portuguese Journal of Pediatrics
Online Access:https://pjp.spp.pt//article/view/615
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spelling doaj-175b31a3283f415f9d39f5127abf854c2020-11-25T01:50:23ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332013-09-0144110.25754/pjp.2013.615Cefaleias num Serviço de Urgência Pediátrico – etiologia e orientação clínicaJoão Rio Martins Introdução: As cefaleias ocorrem em mais de 90% das crianças em idade escolar e são causa frequente de recurso ao Serviço de Urgência (SU). A cefaleia tem etiologias bastante diversificadas, desde ansiedade inerente ao ambiente escolar e familiar a condições que ameaçam a vida. Objectivo: Neste estudo pretendeu-se analisar as etiologias dos casos de cefaleia que recorrem a uma unidade pediátrica de nível III. Metodologia: Estudo descritivo com base nos processos clínicos das crianças que, entre Abril e Setembro de 2010, recorreram ao SU por cefaleias como queixa única ou dominante. Parâmetros analisados: idade, sexo, início e duração do quadro, sintomas associados, exames complementares de diagnóstico (ECD) utilizados, diagnóstico e evolução num período de 3 meses. As etiologias foram classificadas segundo os critérios da International Headache Society (IHS). Resultados: Foram incluídas no estudo 184 crianças, com idades entre os 2 e os 16 anos (mediana de 8 anos). Da amostra fizeram parte 98 rapazes e 86 raparigas, 0,9% do número total de visitas ao Serviço de Urgência. As etiologias mais frequentemente encontradas foram infecções extracranianas, nomeadamente infecções do tracto respiratório (32,6%) e gastroenterites (14,1%); cefaleias primárias (16,8%) e cefaleias com origem em patologia de ansiedade (5,4%). Os casos graves corresponderam a 2,7%, nomeadamente complicações associadas a neurofibromatose (duas), trombose venosa (uma), malformações cerebrais (uma) e infecções cranianas (uma). Em 12% dos casos não foi identificada uma etiologia específica, tendo o quadro clínico regredido, sem recorrências. Foram realizados ECD em 38 casos (21%), sendo que a tomografia axial computorizada foi pedida em (7,6%). Em 41 casos (22,3%) houve referenciação para consulta externa de especialidade. Conclusão: Este estudo confirmou a existência de uma grande variedade de patologias associadas a quadros de cefaleias. Existiu uma clara predominância das causas extracranianas de cefaleias relativamente a uma pequena percentagem de alterações intracranianas de gravidade significativa. https://pjp.spp.pt//article/view/615
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