Summary: | Este artigo analisa historicamente o background ideológico que tornou possível a transformação da noção de melancolia nos conceitos de depressão e transtorno bipolar, a partir das mudanças médicas e psicológicas ocorridas no decorrer do século XIX. A antiga noção de melancolia foi remodelada e sua transição para a doença depressiva foi facilitada pelo conceito de Iipemania de Esquirol, que, pela primeira vez, enfatizou a natureza afetiva primária da doença. Finalmente, uma vez obtidas as condições conceituais necessárias, a melancolia e a mania foram combinadas no conceito de insanidade alternante, periódica, circular, ou de forma dupla, seus rígidos padrões descritivos foram flexibilizados, tendo culminado este processo na sinopse de Kraepelin.
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