Summary: | O consumo de substâncias capazes de alterar o comportamento, a consciência e o humor dos sujeitos é milenar. A família, juntamente com a escola e os amigos, exerce função de socialização primária de crianças e adolescentes e pode funcionar como fator de proteção ou de risco. O presente estudo teve como objetivo analisar os significados, sentidos e experiências dos familiares relacionados ao usuário de crack em situação de tratamento. Trata-se de um estudo qualitativo, crítico e reflexivo, realizado com trabalhadores do Centro de Atenção Psicossocial, álcool e outras drogas (CAPSad), bem como usuários de crack em tratamento e seus familiares. Para coleta de dados, utilizou-se a entrevista semiestruturada. Além disso, utilizou-se a análise de conteúdo, a qual possibilitou estabelecer convergências, divergências e complementaridades. Percebe-se que os familiares atribuem sentidos e significados relacionados ao usuário de crack bastante negativos, e isso acontece, muitas vezes, em decorrência de uma relação familiar conflituosa, marcada pela perda de vínculos familiares do usuário. No entanto, quando o familiar passa a ser alvo de intervenções realizadas pelo CAPSad, há uma mudança de significados em relação ao usuário, o que melhora o relacionamento familiar e contribui para a manutenção do tratamento do ente que faz uso de crack. Diante do exposto, conclui-se pela importância de se trabalhar os sentidos e significados dos familiares atribuídos aos usuários de crack em tratamentos relacionados ao uso da droga.
|