Summary: | O artigo considera que as análises de Kierkegaard da ironia romântica carregam um potencial crítico e explicativo capaz de lançar luz sobre o significado filosófico e estético da obra romanesca de Dostoiévski. Considerando o juízo de Bakhtin, que reconheceu no romance polifônico de Dostoiévski uma expressão de superação do solipsismo filosófico do romantismo, o artigo propõe que o conceito kierkegaardiano de “ironia dominada”, presente na última parte da sua dissertação sobre O conceito de ironia, pode ser utilizado como uma chave de interpretação da estética de Dostoiévski, bem como de seu diagnóstico e de sua tentativa de superação do niilismo estético dos românticos.
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