Summary: | Este artigo pensa as contingências decorrentes das máquinas autônomas da natureza no universo das utopias concretas. Pensa como artefatos podem ganhar autonomia diante da irracionalidade da matéria? É sabido que as máquinas utópicas podem exteriorizar um poder desconhecido do ser humano e alcançar uma condição autárquica diante do descaso de seu criador. Ernst Bloch situa tais utopias no 3. º nível da categoria, um ainda-não-ser, que na sua ontologia responde a “possibilidade conforme estrutura do objeto real”. Contingências e imprevisibilidades advindas neste nível determinam a dimensão autônoma das utopias técnicas. A evolução do processo dinâmico e complexo da matéria – natura naturata (potencialidade-possibilidade passiva) que se acha velada, uma vez desperta assume a dimensão de natura naturans (potência-possibilidade-ativa). A natureza que produz natureza revela que a ação do homem sobre a matéria transforma sonhos utópicos acordados em pesadelos distópicos acordados, determinando uma diversidade de utopias autárquicas que ameaçam a humanidade. Esse contexto recepciona o alvorecer de novas utopias técnicas, que aponta uma não conformidade na geração das máquinas autárquicas bem como, a ausência de uma linguagem ética entre homo utopicus e natura naturans
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