Summary: | As organizações agem em seu cotidiano por meio de seus stakeholders, que se relacionam em interações mediadas por linguagem de forma estratégica ou comunicativa. Um dos aspectos que subjazem às ações de entidades sociais são valores. Definimos valores relativos à competição organizacional (VRCOs) como crenças socialmente construídas, com significado para um indivíduo ou grupo, que orientam as ações sociais entre stakeholders. Este estudo visou a compreender como os VRCOs se reproduzem nas interações entre pessoas que agem como stakeholders em organizações atuantes em economia de mercado. O estudo foi desenvolvido segundo a abordagem de comensurabilidade paradigmática parcial entre o interacionismo simbólico e a teoria da ação comunicativa. Configurando-se como um estudo de caso, de natureza exploratório-descritivo-explicativa, foi realizado em uma das maiores empresas coligadas ao projeto Economia de Comunhão na liberdade (EdC), no Brasil. Os dados foram coletados mediante entrevistas, observação participante, conversas espontâneas, por meio de documentos e pela análise e interpretação dos resultados, inspiradas na pragmática e na hermenêutica. Vis-à-vis o recorte teórico, os resultados sugerem os valores relativos à competição organizacional como fruto da busca de equilíbrio dinâmico entre as visões de mundo do fundador - do mundo "como deveria ser" e "como ele é" - e as necessidades da organização, ora privilegiando ações estratégicas, ora baseadas em entendimento. Os VRCOs foram definidos em função de diferentes stakeholders e, ao mesmo tempo em que são produzidos nas interações, reproduzem os aspectos culturais das sociedades das quais os stakeholders fazem parte.
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