Summary: | Embora a noção de equidade seja considerada primordial no emergente paradigma da mobilidade urbana sustentável, o planejamento da mobilidade tem sido acusado de contribuir para a produção e a consolidação de desigualdades sociais e espaciais relacionadas à provisão e organização do transporte coletivo urbano, principalmente no contexto de países em desenvolvimento. Este artigo investiga em que medida planejadores atuantes em cidades brasileiras estão cientes de iniquidades relacionadas ao transporte e a forma como compreendem o papel do transporte em relação a objetivos sociais. Diferentemente do que a literatura sugere, resultados da survey conduzida para este estudo indicam que, no Brasil, planejadores de transportes reconhecem certas associações entre privação socioeconômica e deficiências na oferta de transporte coletivo urbano, mas não necessariamente identificam no processo de planejamento fatores que levam à produção de desigualdades. Tampouco compreendem a ideia de equidade social como central no paradigma de mobilidade urbana sustentável.
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