Summary: | Estudos têm demonstrado a utilização de glicoproteínas e hormônios para prognosticar a evolução de uma gravidez complicada por ameaça de abortamento. Entretanto, alguns resultados ainda são duvidosos. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar as dosagens de CA-125, CA-19.9, CA-15.3, beta-hCG, estradiol, progesterona, alfa-fetoproteína e antígeno cárcino-embrionário no sangue periférico de mulheres com abortamento inevitável (n=18) e com ameaça de abortamento que posteriormente evoluíram para o abortamento (n=6) no prazo de 1 a 26 dias. O grupo controle foi constituído de mulheres grávidas normais com idade gestacional semelhante (n=7). Todas as pacientes foram atendidas no Hospital Escola e/ou Ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Os resultados demonstraram que as dosagens de CA-125 nos grupos controle, abortamento inevitável e ameaça de abortamento foram, respectivamente: 24,7 ± 13,4 UI/ml; 153,9 ± 43,3 UI/ml e 17,4 ± 2,6 UI/ml sendo estatisticamente significante a diferença entre o grupo com abortamento inevitável em comparação com os outros grupos. A dosagem de CA-19.9 foi significantemente menor no grupo com abortamento inevitável em relação ao grupo com ameaça de abortamento (6,6 ± 1,4 UI/ml versus 20,2 ± 11,4 UI/ml). A dosagem de estradiol foi significantemente menor no grupo com abortamento inevitável em comparação com o grupo controle (1.327 ± 1.015 ng/ml versus 10.774 ± 9.244 ng/ml). As pacientes com ameaça de abortamento e com abortamento inevitável apresentaram níveis mais baixos de progesterona que o grupo controle, respectivamente: 17,38 ± 9,4 ng/ml; 18,3 ± 8,9 ng/ml e 60,4 ± 26,8 ng/ml. Concluímos que as dosagens de progesterona, CA-19.9 e do beta-hCG podem servir como prognóstico de evolução de uma gravidez inicial complicada com ameaça de abortamento.<br>Predicting pregnancy outcome from one or more maternal serum factors has been the subject of numerous investigations with controversial results. The aim of this study was to evaluate the serum levels of CA-125, CA-19.9, CA-15.3, beta-hCG, estradiol, progesterone, alpha-fetoprotein and CEA in women with abortion (n=18) and with pregnancy complicated by bleeding (n=6), in comparison to the serum levels of the control group (n=7). The results showed that the serum levels of CA-125 were significantly increased in the abortion group (153.9 ± 43.3 IU/ml), but no difference was detected in pregnancy complicated by bleeding (17.4 ± 2.6 IU/ml), as compared to control (24.7 ± 13.4 IU/ml). However, high serum levels of CA-19.9 were found in the group with pregnancy complicated by bleeding in comparison with the abortion group (20.2 ± 11.4 IU/ml versus 6.6 ± 1.4 IU/ml, respectively). In relation to hormone serum levels, both, the abortion (17.38 ± 9.4 ng/ml) and bleeding (18.3 ± 8.9 ng/ml) groups showed lower serum levels of progesterone, as compared to control (60.4 ± 26.8 ng/ml). Besides, women with abortion had additional low estradiol serum levels, when compared to controls (1,327 ± 1,015 ng/ml versus 10,774 ± 9,244 ng/ml). It was concluded that the serum levels of progesterone, CA-19.9 and beta-hCG seem to add valuable information to the evaluation of a pregnancy complicated by bleeding.
|