Summary: | Os percursos e os enfoques dos estudos sobre juventude, hoje, percorrem a trilha das transformações que se operam na vida em sociedade, “farejando” tendências, mas, sobretudo, procurando compreender ou explicar esse caleidoscópio de nuances e perspectivas que se abrem à leitura da forma de ser e de viver dessa parcela significativa e instigante do planeta: os jovens. Todo o conhecimento que se dá na ação, ou seja, analisar e interpretar ao mesmo tempo o mundo em que se vive, implica um processo lento e nebuloso de estabelecer algumas “certezas”, no limiar de muitas dúvidas e imprecisões. Neste estudo, situamos o que tem sido produzido (no âmbito acadêmico) sobre juventudes, no marco da sociedade latino-americana, a partir da análise de algumas publicações de autores representativos deste campo temático. E assim também se configuram os objetivos deste artigo: um mapeamento preliminar das produções latino-americanas, cujo recorte temático procurará explorar as “regularidades” dos discursos, ou seja, identificar o repertório-tópico que esses autores têm construído para compreender, mas, ao mesmo tempo, fundamentar o estudo e a pesquisa sobre a temática juventude(s). A análise bibliográfica das produções procurou evidenciar as principais “trilhas” e “territórios” que os autores têm explorado e descoberto sobre esse tema, historicamente e socialmente posto em segundo plano
Observou-se que, mesmo na diversidade de áreas, os discursos acadêmicos de procedência antropológica, sociológica e da educação transitam em campos teóricos e temáticos comuns, talvez na busca de estabelecer-se um quadro teórico que configure a juventude como categoria sociológica e política dotada de estatuto próprio. A tentativa de superação de antigas dicotomias na abordagem e no tratamento analítico sobre as culturas juvenis, acentuando o caráter complementar e interdisciplinar dos saberes e campos no entendimento da juventude, também floresce como princípio explicativo para essa tendência “homogeneizadora” observada nas produções
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