Dexametasona Pré-Natal — Influência na Morbimortalidade do Recém-Nascido Pré-Termo
Objectivo: Determinar a influência da utilização da dexametasona pré-natal, em recém-nascidos com idade gestacional (IG) inferior a 31 semanas, na incidência de doença de membranas hialinas (DMH), necessidade de ventilação assistida, hipotensão arterial, hemorragia intraventricular (HIV), sépsis pr...
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Sociedade Portuguesa de Pediatria
2014-09-01
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doaj-24797b732b2f441995a59507c61fbab72020-11-25T02:52:27ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332014-09-0130110.25754/pjp.1999.5426Dexametasona Pré-Natal — Influência na Morbimortalidade do Recém-Nascido Pré-TermoE. ProençaA. AlegriaM. J. MendesE. RochaB. Alves Objectivo: Determinar a influência da utilização da dexametasona pré-natal, em recém-nascidos com idade gestacional (IG) inferior a 31 semanas, na incidência de doença de membranas hialinas (DMH), necessidade de ventilação assistida, hipotensão arterial, hemorragia intraventricular (HIV), sépsis precoce e enterocolite necrosante (ECN) e ainda no tempo de hospitalização dos sobreviventes e na mortalidade. Material e Métodos: Estudo retrospectivo referente ao período de Janeiro de 1994 a Dezembro de 1995 na Maternidade Júlio Dinis. Foram analisados os processos de 106 recém-nascidos com IG entre as 24 e 31 semanas com tempo de vida superior a 24 horas, comparando-se 2 grupos: um submetido a dexametasona pré-natal e outro não. Os parâmetros analisados foram: incidência e gravidade de DMH, necessidade e agressividade de ventilação mecânica, hipotensão arterial com necessidade de aminas vasoactivas por um período superior a 12 horas, incidência de HIV, ECN e de sépsis precoce, tempo de hospitalização dos sobreviventes e mortalidade. Resultados: Os recém-nascidos a cujas mães tinha sido administrada dexametasona apresentaram menor incidência de DMH do que no grupo controlo (56% vs 70%) e menos vezes doença grave (23,2% vs 48,6%). A necessidade e agressividade de ventilação assistida foram menores (46,4% vs 70,3% e 34,8% vs 43,3%, respectivamente). A hipotensão traduzida pela utilização de aminas vasoactivas por um período superior a 12 horas foi significativamente reduzida com uso de dexametasona (33,3% vs 54%). A incidência de HIV foi de 20,3% em recém-nascidos sujeitos a dexametasona e de 32,4% no grupo controlo. O tempo de hospitalização foi inferior em 5,6 dias no grupo que fez dexametasona, sendo a mortalidade também inferior (10,1% vs 21,6%). Não se encontram diferenças significativas na incidência de ECN ou de infecção nos 2 grupos. Conclusões: Para além da redução da incidência e gravidade de DMH, o uso de dexametasona pré-natal associou-se no grupo de recém-nascidos estudados (24 a 31 semanas de gestação) a menor incidência de hipotensão arterial e de HIV, bem como a menor mortalidade e menor duração de hospitalização dos sobreviventes. Não se encontram diferenças significativas na incidência de sépsis precoce e de ECN. https://pjp.spp.pt//article/view/5426Prematuridadedexametasonadoença de membranas hialinas |
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Objectivo: Determinar a influência da utilização da dexametasona pré-natal, em recém-nascidos com idade gestacional (IG) inferior a 31 semanas, na incidência de doença de membranas hialinas (DMH), necessidade de ventilação assistida, hipotensão arterial, hemorragia intraventricular (HIV), sépsis precoce e enterocolite necrosante (ECN) e ainda no tempo de hospitalização dos sobreviventes e na mortalidade.
Material e Métodos: Estudo retrospectivo referente ao período de Janeiro de 1994 a Dezembro de 1995 na Maternidade Júlio Dinis. Foram analisados os processos de 106 recém-nascidos com IG entre as 24 e 31 semanas com tempo de vida superior a 24 horas, comparando-se 2 grupos: um submetido a dexametasona pré-natal e outro não. Os parâmetros analisados foram: incidência e gravidade de DMH, necessidade e agressividade de ventilação mecânica, hipotensão arterial com necessidade de aminas vasoactivas por um período superior a 12 horas, incidência de HIV, ECN e de sépsis precoce, tempo de hospitalização dos sobreviventes e mortalidade.
Resultados: Os recém-nascidos a cujas mães tinha sido administrada dexametasona apresentaram menor incidência de DMH do que no grupo controlo (56% vs 70%) e menos vezes doença grave (23,2% vs 48,6%). A necessidade e agressividade de ventilação assistida foram menores (46,4% vs 70,3% e 34,8% vs 43,3%, respectivamente). A hipotensão traduzida pela utilização de aminas vasoactivas por um período superior a 12 horas foi significativamente reduzida com uso de dexametasona (33,3% vs 54%). A incidência de HIV foi de 20,3% em recém-nascidos sujeitos a dexametasona e de 32,4% no grupo controlo. O tempo de hospitalização foi inferior em 5,6 dias no grupo que fez dexametasona, sendo a mortalidade também inferior (10,1% vs 21,6%). Não se encontram diferenças significativas na incidência de ECN ou de infecção nos 2 grupos.
Conclusões: Para além da redução da incidência e gravidade de DMH, o uso de dexametasona pré-natal associou-se no grupo de recém-nascidos estudados (24 a 31 semanas de gestação) a menor incidência de hipotensão arterial e de HIV, bem como a menor mortalidade e menor duração de hospitalização dos sobreviventes. Não se encontram diferenças significativas na incidência de sépsis precoce e de ECN.
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