Incorporando Exú: a (in)versão colonial na demarcação / dominação do Outro.
<p>Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma...
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Format: | Article |
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Universitat Autònoma de Barcelona
2011-12-01
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Series: | Perifèria: Revista de Recerca i Formació en Antropologia |
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doaj-267cc2cc2808466f9a9d8fa647673be52020-11-25T02:06:20ZcatUniversitat Autònoma de BarcelonaPerifèria: Revista de Recerca i Formació en Antropologia1885-89962011-12-01152265010.5565/rev/periferia.567360Incorporando Exú: a (in)versão colonial na demarcação / dominação do Outro.J. Flávio FerreiraFernanda Maria Vieira<p>Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma “cultura”. A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último. Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê – considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé – a perspectiva colonial “demonizada” desta divindade acabou por influenciar os cultos<br />afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos “originais”. </p>https://revistes.uab.cat/periferia/article/view/567religiões afro-brasileirasmito e religiosidadeafricanidadecolonialidadepensamento abissal. |
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<p>Este trabalho visa compreender as permanências do pensamento colonial, eurocêntrico, que no processo “civilizacional” buscou sedimentar o imaginário do negro como um bárbaro, incivilizado, e que, portanto, ao não ser portador de uma significância existencial também não seria produtor de uma “cultura”. A análise parte das transformações ocorridas no imaginário social sobre o mito da divindade exú ao longo do processo colonial no Brasil. Exú exerce a função transversal nas religiões brasileiras de matriz africana como um trickster, a interpretação da sua figura ora como algo positivo ora como algo negativo - voltado ao mal - reflete não só o seu controverso papel ritual, mas antes as próprias apreensões coloniais dos processos culturais originários do continente africano; no mesmo sentido em que parece apontar para o intento do projeto colonial com relação à sua necessidade de subjugação do outro e apropriação do discurso do colonizador por este último. Estes processos remetem a uma série de perguntas, dentre elas o porquê – considerando-se as variações rituais de Exú na umbanda e no candomblé – a perspectiva colonial “demonizada” desta divindade acabou por influenciar os cultos<br />afro-brasileiros, ou seja, os cultos levados a cabo justamente por aqueles que teoricamente possuíam mais conhecimento dos ritos “originais”. </p> |
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