Anticoncepcionais orais e pressão arterial: pesquisa epidemiológica de hipertensão arterial no Rio Grande do Sul

O presente trabalho teve por objetivo descrever a relação entre o uso de anticoncepcionais orais e a pressão arterial em mulheres residentes nas áreas urbana, rural e metropolitana no Rio Grande do Sul situado no extremo sul do Brasil Os dados utilizados nesta análise provêm de um inquérito de hiper...

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Main Authors: Célia L. Szwarcwald, Sarah H. Costa, Eduardo de Azeredo Costa, Carlos Henrique Klein, Maria do Carmo Leal
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 1985-06-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X1985000200005
Description
Summary:O presente trabalho teve por objetivo descrever a relação entre o uso de anticoncepcionais orais e a pressão arterial em mulheres residentes nas áreas urbana, rural e metropolitana no Rio Grande do Sul situado no extremo sul do Brasil Os dados utilizados nesta análise provêm de um inquérito de hipertensão arterial conduzido neste Estado, em 1978. Através de uma análise de covariâncias, controlando-se idade e índice de Quetelet, as médias de pressão sistólica e diastólica das mulheres usuárias e ex-usuárias de pílulas, foram comparadas com as médias de pressão das mulheres que nunca tomaram anticoncepcionais. Observou-se que, para a pressão sistólica, houve, sistematicamente, nos quatro estratos considerados na pesquisa (Interior Rural, Interior Urbano, Cinturão Metropolitano e Porto Alegre), uma diferença positiva para as mulheres que estão tomando pílula atualmente. Esta diferença mostrou-se significativa (p < 1%) para as mulheres residentes no Cinturão Metropolitano que tomam anticoncepcionais há mais de dois anos. Para a pressão diastólica, foram observados pequenos efeitos que, embora positivos, não foram significativos. A metodologia da pesquisa permitiu, ainda, avaliar a associação entre o uso de anticoncepcionais orais e outros fatores de risco. Dentre as mulheres residentes na área metropolitana, foi no grupo das mulheres de escolaridade mais baixa que o efeito se mostrou mais intenso. No grupo de mulheres que apresentavam história de hipertensão na gravidez, assim como nas mulheres classificadas como hipertensas (critério 140/90), o efeito dos anticoncepcionais orais também mostrou-se de grande significância (p < 1%), com alterações de mais de 10 mm Hg nas médias de pressão sistólica. Tais resultados sugerem que o uso da pílula tende a potencializar o aumento na pressão sistólica, em grupos de mulheres já habitualmente com níveis de press��o mais elevados.<br>The present paper describes the relationship between the use of oral contraceptives and arterial blood pressure among women residing in rural, urban and metropolitan areas of Rio Grande do Sul, the southernmost state of Brazil. The analysis is based on data from a cross-sectional survey of blood pressure carried out in Rio Grande do Sul, in 1978. In an analysis ofcovariance, controlling forage and Quetelet Index, the average systolic and diastolic pressures of oral contraceptive users or ex-users were compared to the average pressure of never-users. A positive difference in systolic pressure was observed systematically for all four study strata (Rural Interior, Urban Interior, Capital and its Metropolitan Belt), among women using oral contraceptives at the time of interview. The difference was found to be significant (p < 1%) for women residing in the Metropolitan Belt using oral contraceptives for more than 2 y ears. The effect on diastolic pressure, although generally positive, were smaller and not significant. The research methodology allowed for the association between the use of oral contraceptives and other risk factors to be evaluated. The effect on blood pressure was found to be most intense for women of the lowest educational status residing in the Metropolitan belt. For the group of women with a history of hypertension during pregnancy or classified as hypertensive (criteria 140/90) the effect of oral contraceptives was also found to be highly significant (p <1%) - an alteration of over IQmmHg on the average systolic pressure. These results suggest that the use of oral contraceptives brings about a greater increase in systolic pressure in groups of women with normally higher levels of pressure.
ISSN:0102-311X
1678-4464