Summary: | O medicamento-produto farmacêutico industrial-tornou-se um objeto central de estudo em antropologia médica no decurso dos dez últimos anos. O artigo passa em revista as condições históricas que conduziram os antropólogos, até então interessados pelos "remédios" provenientes dos saberes autóctones, a considerar os medicamentos. Depois de uma apresentação das abordagens teóricas, que são autoridade nesse assunto, discute-se a relação entre medicamento e cultura. São apresentados os estudos recentes referentes a cinco eixos temáticos: a polissemia e a "cadeia" dos medicamentos; as multiterapias antiretrovirais, pedido dos médicos e significações para os pacientes; os estudos em antropologia política e crítica dos sistemas terapêuticos, a dimensão "iatrogênica" dos medicamentos; a emergência dos medicamentos neotradicionais. São discutidas as perspectivas de pesquisa referentes, principalmente, ao domínio da produção científica e industrial dos medicamentos
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