Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos

Sete ovelhas receberam as folhas de Ateleia glazioviana em doses predeterminadas. Um outro ovino serviu de controle. As quantidades totais (g/kg/peso corporal) de planta consumidas pelos ovinos foram 75 por 60 dias (Ovino 6), 125 por 25 dias (Ovino 4), 130 por 13 dias (Ovino 7), 150 por 60 dias (Ovi...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Stigger Adriana Lücke, Barros Claudio S. L., Langohr Ingeborg Maria, Barros Severo S.
Format: Article
Language:English
Published: Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA) 2001-01-01
Series:Pesquisa Veterinária Brasileira
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2001000300002
id doaj-34d9b9ce8d064c21acf236965356c89d
record_format Article
spelling doaj-34d9b9ce8d064c21acf236965356c89d2020-11-24T23:13:36ZengColégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)Pesquisa Veterinária Brasileira0100-736X1678-51502001-01-0121398108Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinosStigger Adriana LückeBarros Claudio S. L.Langohr Ingeborg MariaBarros Severo S.Sete ovelhas receberam as folhas de Ateleia glazioviana em doses predeterminadas. Um outro ovino serviu de controle. As quantidades totais (g/kg/peso corporal) de planta consumidas pelos ovinos foram 75 por 60 dias (Ovino 6), 125 por 25 dias (Ovino 4), 130 por 13 dias (Ovino 7), 150 por 60 dias (Ovino 5), 180 por 18 dias (Ovino 3), 330 por 33 dias (Ovino 2) e 375 por 25 dias (Ovino 1). Seis ovinos receberam folhas verdes e o Ovino 7 recebeu folhas dessecadas. Cinco ovinos (Ovinos 1-4 e 7) desenvolveram sinais clínicos 8 a 16 dias após a primeira administração da planta. A evolução do quadro clínico foi de 6 a 50 dias e os sinais clínicos incluíram apatia, perda do apetite, taquicardia e taquipnéia. Os ovinos afetados apresentavam relutância em mover-se, cabeça baixa, instabilidade dos membros pélvicos e andar cambaleante. Alguns dos ovinos afetados apoiavam o corpo contra a parede da baia. Os Ovinos 1, 3 e 4 morreram espontaneamente; movimentos de pedalagem precederam a morte. Os Ovinos 2 e 7 foram submetidos à eutanásia com sinais clínicos avançados da toxicose. Os Ovinos 5 e 6 não adoeceram e foram sacrificados junto com o controle 103 dias após a primeira administração da planta. Todos os ovinos foram necropsiados e vários órgãos, incluindo coração e encéfalo, foram avaliados histologicamente. Além disso, fragmentos de miocárdio dos Ovinos 3 e 4 foram avaliados por microscopia eletrônica de transmissão. A fim de se obter mais controles para a avaliação das lesões do miocárdio, coletaram-se os corações de seis ovinos abatidos para consumo em um abatedouro que sabidamente recebe ovinos originários de uma região livre de A. glazioviana. Esses corações foram processados para histologia e examinados da mesma maneira que os outros oito. Todos os ovinos tratados (que receberam a planta) apresentaram lesões macroscópicas. Havia áreas firmes, irregulares, branco-amareladas no miocárdio de todos os ovinos tratados. Essas áreas pálidas eram mais bem vistas na superfície de corte do coração. Hidrotórax e/ou hidropericárdio foram observados em cinco animais (Ovinos 1-4 e 7). O fígado dos Ovinos 1 e 7 tinha aspecto de noz-moscada. O Ovino 7 apresentava ascite. Os principais achados histopatológicos nos ovinos tratados foram alterações degenerativas/necróticas no miocárdio. As alterações iniciais consistiam de tumefação aguda das fibras cardíacas, associada a núcleos com formas bizarras. Essa alteração aparentemente progredia até o desaparecimento do sarcoplasma, resultando num tubo sarcolemal vazio e colapsado envolto por tecido conjuntivo intersticial e fibrose. Necrose franca (hialina e flocular) associada à infiltração mononuclear e fagocitose de fragmentos de fibras foi também observada. Graus variáveis de degeneração esponjosa foram observados na substância branca do encéfalo dos Ovinos 1, 3, 4 e 7. Tumefação de mitocôndrias e perda da densidade da matriz das mitocôndrias foram as alterações ultra-estruturais mais precoces. Em lesões avançadas os cardiomiócitos apresentavam vacúolos no sarcoplasma, ruptura do sarcolema e necrose com aparecimento de macrófagos e fibroblastos associados a aumento de colágeno.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2001000300002Plantas tóxicasAteleia glaziovianadoenças de ovinosnecrose do miocárdiofibrose do miocárdiocardiomiopatia tóxicastatus spongiosus
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Stigger Adriana Lücke
Barros Claudio S. L.
Langohr Ingeborg Maria
Barros Severo S.
spellingShingle Stigger Adriana Lücke
Barros Claudio S. L.
Langohr Ingeborg Maria
Barros Severo S.
Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos
Pesquisa Veterinária Brasileira
Plantas tóxicas
Ateleia glazioviana
doenças de ovinos
necrose do miocárdio
fibrose do miocárdio
cardiomiopatia tóxica
status spongiosus
author_facet Stigger Adriana Lücke
Barros Claudio S. L.
Langohr Ingeborg Maria
Barros Severo S.
author_sort Stigger Adriana Lücke
title Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos
title_short Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos
title_full Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos
title_fullStr Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos
title_full_unstemmed Intoxicação experimental por Ateleia glazioviana (Leg.Papilionoideae) em ovinos
title_sort intoxicação experimental por ateleia glazioviana (leg.papilionoideae) em ovinos
publisher Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA)
series Pesquisa Veterinária Brasileira
issn 0100-736X
1678-5150
publishDate 2001-01-01
description Sete ovelhas receberam as folhas de Ateleia glazioviana em doses predeterminadas. Um outro ovino serviu de controle. As quantidades totais (g/kg/peso corporal) de planta consumidas pelos ovinos foram 75 por 60 dias (Ovino 6), 125 por 25 dias (Ovino 4), 130 por 13 dias (Ovino 7), 150 por 60 dias (Ovino 5), 180 por 18 dias (Ovino 3), 330 por 33 dias (Ovino 2) e 375 por 25 dias (Ovino 1). Seis ovinos receberam folhas verdes e o Ovino 7 recebeu folhas dessecadas. Cinco ovinos (Ovinos 1-4 e 7) desenvolveram sinais clínicos 8 a 16 dias após a primeira administração da planta. A evolução do quadro clínico foi de 6 a 50 dias e os sinais clínicos incluíram apatia, perda do apetite, taquicardia e taquipnéia. Os ovinos afetados apresentavam relutância em mover-se, cabeça baixa, instabilidade dos membros pélvicos e andar cambaleante. Alguns dos ovinos afetados apoiavam o corpo contra a parede da baia. Os Ovinos 1, 3 e 4 morreram espontaneamente; movimentos de pedalagem precederam a morte. Os Ovinos 2 e 7 foram submetidos à eutanásia com sinais clínicos avançados da toxicose. Os Ovinos 5 e 6 não adoeceram e foram sacrificados junto com o controle 103 dias após a primeira administração da planta. Todos os ovinos foram necropsiados e vários órgãos, incluindo coração e encéfalo, foram avaliados histologicamente. Além disso, fragmentos de miocárdio dos Ovinos 3 e 4 foram avaliados por microscopia eletrônica de transmissão. A fim de se obter mais controles para a avaliação das lesões do miocárdio, coletaram-se os corações de seis ovinos abatidos para consumo em um abatedouro que sabidamente recebe ovinos originários de uma região livre de A. glazioviana. Esses corações foram processados para histologia e examinados da mesma maneira que os outros oito. Todos os ovinos tratados (que receberam a planta) apresentaram lesões macroscópicas. Havia áreas firmes, irregulares, branco-amareladas no miocárdio de todos os ovinos tratados. Essas áreas pálidas eram mais bem vistas na superfície de corte do coração. Hidrotórax e/ou hidropericárdio foram observados em cinco animais (Ovinos 1-4 e 7). O fígado dos Ovinos 1 e 7 tinha aspecto de noz-moscada. O Ovino 7 apresentava ascite. Os principais achados histopatológicos nos ovinos tratados foram alterações degenerativas/necróticas no miocárdio. As alterações iniciais consistiam de tumefação aguda das fibras cardíacas, associada a núcleos com formas bizarras. Essa alteração aparentemente progredia até o desaparecimento do sarcoplasma, resultando num tubo sarcolemal vazio e colapsado envolto por tecido conjuntivo intersticial e fibrose. Necrose franca (hialina e flocular) associada à infiltração mononuclear e fagocitose de fragmentos de fibras foi também observada. Graus variáveis de degeneração esponjosa foram observados na substância branca do encéfalo dos Ovinos 1, 3, 4 e 7. Tumefação de mitocôndrias e perda da densidade da matriz das mitocôndrias foram as alterações ultra-estruturais mais precoces. Em lesões avançadas os cardiomiócitos apresentavam vacúolos no sarcoplasma, ruptura do sarcolema e necrose com aparecimento de macrófagos e fibroblastos associados a aumento de colágeno.
topic Plantas tóxicas
Ateleia glazioviana
doenças de ovinos
necrose do miocárdio
fibrose do miocárdio
cardiomiopatia tóxica
status spongiosus
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2001000300002
work_keys_str_mv AT stiggeradrianalucke intoxicacaoexperimentalporateleiaglaziovianalegpapilionoideaeemovinos
AT barrosclaudiosl intoxicacaoexperimentalporateleiaglaziovianalegpapilionoideaeemovinos
AT langohringeborgmaria intoxicacaoexperimentalporateleiaglaziovianalegpapilionoideaeemovinos
AT barrosseveros intoxicacaoexperimentalporateleiaglaziovianalegpapilionoideaeemovinos
_version_ 1725597561684754432