Il dialogo con l’altro, “il mio eroe”, in Michail Bachtin = O diálogo com o outro, “o meu herói”, em Mikhail Bakhtin

A compreensão e descrição de cada um, na própria unicidade, singularidade, não seria possível se efetuada pelo mesmo sujeito em torno do qual ela se organiza, como tal incapaz de ter uma visão do todo. Nem pode advir de um ponto de vista cognoscitivo, não emotivo e valorativamente participativo, sob...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ponzio, Augusto
Format: Article
Language:Spanish
Published: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 2015-01-01
Series:Letras de Hoje
Subjects:
Online Access:http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/23126/14065
Description
Summary:A compreensão e descrição de cada um, na própria unicidade, singularidade, não seria possível se efetuada pelo mesmo sujeito em torno do qual ela se organiza, como tal incapaz de ter uma visão do todo. Nem pode advir de um ponto de vista cognoscitivo, não emotivo e valorativamente participativo, sob uma ótica objetiva, indiferente. Nem mesmo pode basear-se na empatia, que reduziria a uma única visão a relação de duas posições reciprocamente externas e não intercambiantes. Para Bakhtin, a interpretação-compreensão da arquitetônica pressupõe que ela se realize a partir de uma posição externa, extralocalizada, exotópica, outra, diferente e, ao mesmo tempo, não indiferente, mas, por sua vez, participativa. Acontecem, assim, dois centros de valor – aquele do eu e aquele do outro – que são “os dois centros de valor da própria vida”. Pois bem, Bakhtin, em “Para uma filosofia do ato responsável”, identifica uma visão do gênero especificamente na arte verbal, na literatura, que é também uma visão arquitetônica, organizada em torno daquele centro de valor – o herói – que é o ser humano singular na sua unicidade, insubstituibilidade, precariedade, mortalidade. A relação do autor com o seu herói é de um interesse desinteressado. Desse modo, em que consiste a relação entre a arte e a vida? O que daquilo que é visto da arte, da arte verbal, não deve ser esquecido, não deve ficar inativo na vida? A resposta é evidente, mesmo não sendo fácil de ser aceita: a assunção do outro como herói, e também a necessidade na vida de uma relação com o outro, como aquela entre o autor e herói e, consequentemente, entre leitor e herói: o outro como “meu herói”, como o pode ser, graças a Dostoiévski, também o Raskólnikov de “Crime e Castigo” ou o Stavrogin de “Os demônios”
ISSN:0101-3335