Aporia narrativa e humorismo em Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues

Este artigo propõe uma leitura da estrutura dramática de Boca de Ouro (1959), de Nelson Rodrigues, a partir de procedimentos utilizados pelo autor, tais como a não-presença e o humorismo. Na peça, o dramaturgo coloca em evidência a volubilidade na reconstituição da memória ao projetar à cena três ve...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Elen de Medeiros
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) 2017-12-01
Series:Urdimento
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/1414573103302017014
Description
Summary:Este artigo propõe uma leitura da estrutura dramática de Boca de Ouro (1959), de Nelson Rodrigues, a partir de procedimentos utilizados pelo autor, tais como a não-presença e o humorismo. Na peça, o dramaturgo coloca em evidência a volubilidade na reconstituição da memória ao projetar à cena três versões diferentes de Boca de Ouro, bicheiro carioca. Sua imagem se constitui miticamente à medida que avança a narrativa movente de suas facetas pela voz de sua ex-amante. Ao reelaborar a descrição do protagonista, o autor estabelece um jogo dramatúrgico igualmente movente, que não se preocupa em responder às lacunas da fábula, compondo assim uma aporia narrativa.
ISSN:2358-6958