Os missionários redentoristas alemães e as expectativas de progresso e modernização em Goiás (Brasil, 1894-1930)
Fundada em 1732, em Scala (reino de Nápoles), por Afonso Maria de Ligório, a Congregação do Santíssimo Senhor Redentor (redentoristas) tornou-se umas das mais importantes congregações missionárias católicas a atuarem na Europa no século 19, seja na consolidação dos ideiais ultramontanos, seja na atu...
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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
2018-08-01
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doaj-3a393835b95e4aab82c00d9c9a3c86642021-01-02T16:18:23ZengPontifícia Universidade Católica de Minas GeraisHorizonte2175-58412018-08-0194494818311Os missionários redentoristas alemães e as expectativas de progresso e modernização em Goiás (Brasil, 1894-1930)Robson Rodrigues Gomes Filho0Universidade Estatudal de GoiásFundada em 1732, em Scala (reino de Nápoles), por Afonso Maria de Ligório, a Congregação do Santíssimo Senhor Redentor (redentoristas) tornou-se umas das mais importantes congregações missionárias católicas a atuarem na Europa no século 19, seja na consolidação dos ideiais ultramontanos, seja na atuação religiosa junto aos fieis católicos das periferias e zonas rurais. Na Alemanha, os redentoristas experienciaram até a década de 1860 um intenso momento de atividades missionárias e atendimentos paroquiais, especialmente na Baviera, por meio das quais tornaram-se especialmente conhecidos por seu rigorismo nos confessionários. Da década de 1860 ao final dos anos 1870, entretanto, as transformações no contexto político nacional e internacional levaram o catolicismo (especialmente o ultramontano e, com ele os jesuítas e redentoristas) a ser vinculado, especialmente pelos grupos ligados ao liberalismo-protestante, à imagem de atraso e superstição, algo necessário de ser superado por uma nação recém-forjada que desejava alinhar-se nos trilhos do progresso e modernidade em consolidação na Europa. Aliado a este imaginário constantemente reforçado pela imprensa liberal, os redentoristas e jesuítas foram acusados de ameaçar a soberania nacional em favor do papado e, a partir do chamado Kulturkampf, foram expulsos do império alemão em 1873. Todavia, uma das consequências diretas dos 21 anos de exílio imposto aos redentoristas alemães foi a aceitação por eles da fundação de uma vice-província no Brasil, especificamente nos estados de Goiás e São Paulo. Ali, a mesma congregação que outrora fora tida como sinal de atraso e superstição na Alemanha, no início do século 20 se tornou a principal promotora do progresso e modernização de Goiás, legitimando-se no campo religioso brasileiro por meio da construção da autoimagem do catolicismo como uma religião racional, nacional e moderna, em muito contrastada com o discurso ultramontano do século anterior. Em face desta discussão e contexto, a presente tese de doutorado tem por objeto de investigação os missionários redentoristas bávaros que migraram em missão da Alemanha para o Brasil entre 1894 e 1930. Nosso objetivo central é investigar de que modo as experiências da congregação redentorista na Alemanha no século 19 condicionaram as expectativas dos missionários a ela pertencentes sobre o futuro e o progresso em Goiás no século 20, e como tais expectativas influenciaram nas estratégias adotadas para a legitimação católica na modernidade em construção no Brasil.http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/18311redentoristasmodernidadeprogressoalemanhagoiás |
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Fundada em 1732, em Scala (reino de Nápoles), por Afonso Maria de Ligório, a Congregação do Santíssimo Senhor Redentor (redentoristas) tornou-se umas das mais importantes congregações missionárias católicas a atuarem na Europa no século 19, seja na consolidação dos ideiais ultramontanos, seja na atuação religiosa junto aos fieis católicos das periferias e zonas rurais. Na Alemanha, os redentoristas experienciaram até a década de 1860 um intenso momento de atividades missionárias e atendimentos paroquiais, especialmente na Baviera, por meio das quais tornaram-se especialmente conhecidos por seu rigorismo nos confessionários. Da década de 1860 ao final dos anos 1870, entretanto, as transformações no contexto político nacional e internacional levaram o catolicismo (especialmente o ultramontano e, com ele os jesuítas e redentoristas) a ser vinculado, especialmente pelos grupos ligados ao liberalismo-protestante, à imagem de atraso e superstição, algo necessário de ser superado por uma nação recém-forjada que desejava alinhar-se nos trilhos do progresso e modernidade em consolidação na Europa. Aliado a este imaginário constantemente reforçado pela imprensa liberal, os redentoristas e jesuítas foram acusados de ameaçar a soberania nacional em favor do papado e, a partir do chamado Kulturkampf, foram expulsos do império alemão em 1873. Todavia, uma das consequências diretas dos 21 anos de exílio imposto aos redentoristas alemães foi a aceitação por eles da fundação de uma vice-província no Brasil, especificamente nos estados de Goiás e São Paulo. Ali, a mesma congregação que outrora fora tida como sinal de atraso e superstição na Alemanha, no início do século 20 se tornou a principal promotora do progresso e modernização de Goiás, legitimando-se no campo religioso brasileiro por meio da construção da autoimagem do catolicismo como uma religião racional, nacional e moderna, em muito contrastada com o discurso ultramontano do século anterior. Em face desta discussão e contexto, a presente tese de doutorado tem por objeto de investigação os missionários redentoristas bávaros que migraram em missão da Alemanha para o Brasil entre 1894 e 1930. Nosso objetivo central é investigar de que modo as experiências da congregação redentorista na Alemanha no século 19 condicionaram as expectativas dos missionários a ela pertencentes sobre o futuro e o progresso em Goiás no século 20, e como tais expectativas influenciaram nas estratégias adotadas para a legitimação católica na modernidade em construção no Brasil. |
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