Alteridade da dor nas práticas de Saúde Coletiva: implicações para a atenção à saúde de pessoas idosas

Resumo A dor é vivência solipsista que acontece sem a mediação do outro no seu mal-estar, enquanto o sofrimento configura uma experiência alteritária de quem sofre e dirige ao outro sua demanda. Este artigo busca compreender o significado atribuído pelos idosos da comunidade sobre sua vivência álgic...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Wagner Jorge dos Santos, Karla Cristina Giacomin, Josélia Oliveira Araújo Firmo
Format: Article
Language:English
Published: Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva 2015-12-01
Series:Ciência & Saúde Coletiva
Subjects:
Dor
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015001203713&lng=en&tlng=en
Description
Summary:Resumo A dor é vivência solipsista que acontece sem a mediação do outro no seu mal-estar, enquanto o sofrimento configura uma experiência alteritária de quem sofre e dirige ao outro sua demanda. Este artigo busca compreender o significado atribuído pelos idosos da comunidade sobre sua vivência álgica a partir da abordagem conferida à dor nas práticas de saúde coletiva. A pesquisa foi desenvolvida na abordagem qualitativa de cunho antropológico e fundamentada nos pressupostos da etnografia. Foram realizadas entrevistas individuais com roteiro semiestruturado em universo de 57 idosos. A metodologia de Signos, Significados e Ações orientou a coleta e a análise dos dados, possibilitando a investigação das representações e dos comportamentos concretos associados à experiência da dor. Observou-se o sentido da vivência da dor nas práticas da saúde coletiva em relação a duas categorias analíticas associadas ao processo saúde/doença e às relações de cuidado nos serviços públicos de saúde. A vivência da dor modula o conceito de saúde/doença dos entrevistados e medeia a produção de alteridade nas práticas de saúde coletiva, configurando a necessidade de um diálogo alteritário que nem sempre se estabelece com o profissional que cuida. É fundamental que este diálogo aconteça para que seja transmutado em cuidado que alivia e conforta.
ISSN:1678-4561