Tratamento endovascular da hipertensão arterial renovascular em idade pediátrica

Introdução: A hipertensão renovascular constitui uma causa rara de hipertensão arterial na criança. A publicação dos resultados das intervenções percutâneas endovasculares em crianças com hipertensão arterial é escassa. Os autores tiveram como objetivo avaliar a eficácia e a segurança do tratament...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Alberto Berenguer, Marta Contreiras, Carolina Constant, Nuno Carvalho, Rui Anjos
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Pediatria 2013-05-01
Series:Portuguese Journal of Pediatrics
Online Access:https://pjp.spp.pt//article/view/1028
Description
Summary:Introdução: A hipertensão renovascular constitui uma causa rara de hipertensão arterial na criança. A publicação dos resultados das intervenções percutâneas endovasculares em crianças com hipertensão arterial é escassa. Os autores tiveram como objetivo avaliar a eficácia e a segurança do tratamento endovascular da hipertensão renovascular em idade pediátrica. Metodologia: Estudo retrospetivo, unicêntrico, de doentes com idade inferior a 18 anos, com hipertensão renovascular, submetidos a tratamento endovascular entre 1997 e 2011. Foram incluídos transplantados renais e portadores de doenças sistémicas. Resultados: Foram tratados sete doentes. A média de idade foi de oito anos. Todos apresentavam hipertensão arterial grave sob terapêutica farmacológica múltipla. Clinicamente, apresentaram-se com cefaleias (n=3), agravamento de hipertensão arterial conhecida (n=1) ou assintomáticos (n=3). A angiografia renal confirmou estenose artéria renal unilateral em seis doentes e bilateral num caso. Três doentes apresentaram alterações compatíveis com displasia fibromuscular. Os restantes tinham patologia sistémica associada: arterite de Takayasu (n=1), neurofibromatose (n=2) e cistinose nefropática (n=1). Foram efetuadas treze intervenções percutâneas endovasculares. A mediana do follow-up foi de 26 meses. Três doentes ficaram normotensos e dois apresentaram melhoria da hipertensão arterial. O tratamento foi ineficaz em dois doentes, ambos com patologia sistémica associada e com necessidade de nefrectomia no follow-up. Não ocorreram complicações major ou mortalidade relacionada com o procedimento. Conclusões: A angioplastia percutânea constituiu uma técnica segura e uma boa opção terapêutica, de primeira linha, em particular nos casos estenose da artéria renal por displasia fibromuscular. Nas situações secundárias a doença sistémica os resultados são variáveis dependendo da etiologia e gravidade da situação. Palavras chave: Hipertensão renovascular, tratamento endovascular, criança
ISSN:2184-3333