Memórias da morte e a (trans)formação de sua identidade no romance de Saramago
Podemos inferir que somos constituídos de passados, amontoados de situações e acontecimentos que se integram, interagem e se excluem, contribuindo para a formação do “eu” durante o passar do tempo, mediante ações que possuem uma finitude, com a morte. Assim, pois, segundo Candau (2011), o jogo exis...
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Universidade Federal de Santa Catarina
2018-04-01
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doaj-4078160145604bc3b3b28e4c75528eb12020-11-25T04:08:38ZporUniversidade Federal de Santa CatarinaAnuário de Literatura1414-52352175-79172018-04-0123110.5007/2175-7917.2018v23n1p17428468Memórias da morte e a (trans)formação de sua identidade no romance de SaramagoJosiele Kaminski Corso Ozelame0Nataly Yolanda Capelari dos Santos1Universidade Estadual do Oeste do ParanáUniversidade Estadual do Oeste do Paraná Podemos inferir que somos constituídos de passados, amontoados de situações e acontecimentos que se integram, interagem e se excluem, contribuindo para a formação do “eu” durante o passar do tempo, mediante ações que possuem uma finitude, com a morte. Assim, pois, segundo Candau (2011), o jogo existente entre a memória, resultando na construção da identidade é composto de recordações e olvido. É, portanto, nessa tríade memória-identidade-morte que este artigo se debruça, a fim de, a partir das memórias construídas cultural e socialmente da morte, de “passados”, demonstrar como isso contribui para a construção e personificação da personagem principal do romance de José Saramago (2005), As intermitências da morte - a própria morte. Para esse fim, nos propomos, inicialmente, a rememorar e discutir os conceitos de memória e identidade e sua inter-relação a partir de Candau (2011), Hall (2006) e Bauman (2005), além da pré-concepção sobre a morte construída no imaginário humano, figura caricata de um esqueleto envolto em sua foice, tendo como guia os estudos de Elias (2001), Ariès (2017) e Simmel (1998). Em seguida nos atemos à personagem morte e a formação/transformação de sua identidade no romance saramaguiano em busca do seu eu essencial. Finalizamos a pesquisa e consideramos a morte saramaguiana dotada de um sentido reformulado, como essencialidade à vida e geradora da mesma apesar de sua paradoxalidade. https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/55123Literatura PortuguesaMorteMemóriaIdentidade |
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Podemos inferir que somos constituídos de passados, amontoados de situações e acontecimentos que se integram, interagem e se excluem, contribuindo para a formação do “eu” durante o passar do tempo, mediante ações que possuem uma finitude, com a morte. Assim, pois, segundo Candau (2011), o jogo existente entre a memória, resultando na construção da identidade é composto de recordações e olvido. É, portanto, nessa tríade memória-identidade-morte que este artigo se debruça, a fim de, a partir das memórias construídas cultural e socialmente da morte, de “passados”, demonstrar como isso contribui para a construção e personificação da personagem principal do romance de José Saramago (2005), As intermitências da morte - a própria morte. Para esse fim, nos propomos, inicialmente, a rememorar e discutir os conceitos de memória e identidade e sua inter-relação a partir de Candau (2011), Hall (2006) e Bauman (2005), além da pré-concepção sobre a morte construída no imaginário humano, figura caricata de um esqueleto envolto em sua foice, tendo como guia os estudos de Elias (2001), Ariès (2017) e Simmel (1998). Em seguida nos atemos à personagem morte e a formação/transformação de sua identidade no romance saramaguiano em busca do seu eu essencial. Finalizamos a pesquisa e consideramos a morte saramaguiana dotada de um sentido reformulado, como essencialidade à vida e geradora da mesma apesar de sua paradoxalidade.
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