Depressão Pós-parto para além do Diagnóstico: Representações Sociais e Subjetividade
Este artigo tem como objetivo apresentar reflexões teóricas acerca dos processos subjetivos de uma mulher diagnosticada com depressão pós-parto. Ele se insere em uma busca por romper com a visão reducionista da depressão pós-parto, calcada no modelo biomédico, que a reduz a seus aspectos biológicos-...
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Universidade de Fortaleza
2018-04-01
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doaj-43188f7cc41048c6980b756c4d35c1032020-11-25T02:37:40ZporUniversidade de FortalezaRevista Subjetividades2359-07772359-07772018-04-01181799110.5020/23590777.rs.v18i1.60684489Depressão Pós-parto para além do Diagnóstico: Representações Sociais e SubjetividadeRafaella Pinheiro Cesario0Daniel Magalhães Goulart1Centro Universitário de Brasília - UniCEUBCentro Universitário de Brasília - UniCEUBEste artigo tem como objetivo apresentar reflexões teóricas acerca dos processos subjetivos de uma mulher diagnosticada com depressão pós-parto. Ele se insere em uma busca por romper com a visão reducionista da depressão pós-parto, calcada no modelo biomédico, que a reduz a seus aspectos biológicos-sintomatológicos, resgatando as dimensões sociais, histórico-políticas e singulares, frequentemente preteridas, presentes em sua construção. Para isto, utilizou-se da teoria da subjetividade de González Rey, em uma perspectiva histórico-cultural, em um diálogo com a teoria das representações sociais e autores críticos ao modelo biomédico, como Foucault e Illich. O controle por normas exercido na biopolítica, assim como o controle pelo diagnóstico resultante da medicalização da vida, configuram-se enquanto elementos importantes para refletir acerca da produção subjetiva da depressão pós-parto. Foi feito um estudo de caso, a partir de uma perspectiva qualitativa de base construtivo-interpretativa. No processo de construção de informação, discutimos que a depressão pós-parto expressa a disparidade entre a maternidade idealizada socialmente e aquela subjetivamente produzida de forma singular. Assim, a depressão pós-parto é uma produção subjetiva complexa que, para além de apenas aspectos biológicos e hormonais, é configurada pela subjetividade individual da puérpera em questão, e pela subjetividade social marcada pelo discurso médico e a medicalização da vida, que padronizam as experiências socialmente aceitáveis de maternidade e patologizam as demais, gerando frequentes quadros de frustração e culpa. Ademais, argumentamos que os modelos de assistência atualmente prestados, que partem de protocolos rígidos e que têm a norma como referência, não oportunizam uma reflexão crítica que viabilize o desenvolvimento de recursos subjetivos frente a essa experiência. Desse modo, defende-se a necessidade de espaços que acolham as experiências das puérperas de maneira a oportunizar a reflexão crítica acerca dos aspectos envolvidos na construção subjetiva singular da depressão pós-parto; viabilizando, assim, o desenvolvimento de recursos subjetivos.https://periodicos.unifor.br/rmes/article/view/6068depressão pós-partomaternidadesubjetividaderepresentações sociais. |
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Este artigo tem como objetivo apresentar reflexões teóricas acerca dos processos subjetivos de uma mulher diagnosticada com depressão pós-parto. Ele se insere em uma busca por romper com a visão reducionista da depressão pós-parto, calcada no modelo biomédico, que a reduz a seus aspectos biológicos-sintomatológicos, resgatando as dimensões sociais, histórico-políticas e singulares, frequentemente preteridas, presentes em sua construção. Para isto, utilizou-se da teoria da subjetividade de González Rey, em uma perspectiva histórico-cultural, em um diálogo com a teoria das representações sociais e autores críticos ao modelo biomédico, como Foucault e Illich. O controle por normas exercido na biopolítica, assim como o controle pelo diagnóstico resultante da medicalização da vida, configuram-se enquanto elementos importantes para refletir acerca da produção subjetiva da depressão pós-parto. Foi feito um estudo de caso, a partir de uma perspectiva qualitativa de base construtivo-interpretativa. No processo de construção de informação, discutimos que a depressão pós-parto expressa a disparidade entre a maternidade idealizada socialmente e aquela subjetivamente produzida de forma singular. Assim, a depressão pós-parto é uma produção subjetiva complexa que, para além de apenas aspectos biológicos e hormonais, é configurada pela subjetividade individual da puérpera em questão, e pela subjetividade social marcada pelo discurso médico e a medicalização da vida, que padronizam as experiências socialmente aceitáveis de maternidade e patologizam as demais, gerando frequentes quadros de frustração e culpa. Ademais, argumentamos que os modelos de assistência atualmente prestados, que partem de protocolos rígidos e que têm a norma como referência, não oportunizam uma reflexão crítica que viabilize o desenvolvimento de recursos subjetivos frente a essa experiência. Desse modo, defende-se a necessidade de espaços que acolham as experiências das puérperas de maneira a oportunizar a reflexão crítica acerca dos aspectos envolvidos na construção subjetiva singular da depressão pós-parto; viabilizando, assim, o desenvolvimento de recursos subjetivos. |
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