O animal cordial: uma rasura da razão
Este artigo propõe uma leitura do filme longa metragem O animal cordial (2018), da roteirista e diretora Gabriela Amaral Almeida. A ideia foi percorrer o enredo contemplando as personagens e descrevendo como a roteirista e diretora brasileira colocou em cheque a validez e a pertinência da noção de “...
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Universidade do Minho
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doaj-480f92656f774a3194ab060e572de5772021-05-20T10:01:16ZengUniversidade do MinhoRevista Lusófona de Estudos Culturais2184-04582183-08862019-06-016110.21814/rlec.385O animal cordial: uma rasura da razãoFernanda Marra0Universidade de Brasília – UnBEste artigo propõe uma leitura do filme longa metragem O animal cordial (2018), da roteirista e diretora Gabriela Amaral Almeida. A ideia foi percorrer o enredo contemplando as personagens e descrevendo como a roteirista e diretora brasileira colocou em cheque a validez e a pertinência da noção de “homem cordial”, descrita por Sérgio Buarque de Holanda (1995) em sua obra sociológica Raízes do Brasil. A proposta é observar (1) como esse significante persiste na contemporaneidade a despeito de seus envios anacrônicos e (2) de que forma o filme é, para além de uma leitura de homenagem ou denúncia desse anacronismo, uma possibilidade de reescrita do conceito pela sua rasura. Almeida filma uma noite em um restaurante brasileiro frequentado por pessoas pertencentes a uma classe social média-alta, ou economicamente ascendente. Nessa noite, o que se assiste é ao processo de ruína do “homem” que dá lugar ao “animal” e promove, com isso, uma sobrescrita não apenas do homem como do humano. É essa reescrita violenta e manchada de sangue o que me interessa no filme. É isso o que apresento neste texto amparada pelo pensamento de Hélène Cixous (1995), Alexandre Nodari (2017) e Achille Mbembe (2018), pois, a meu ver, é esse processo que o longa brasileiro expõe tão linda e visceralmente encetando devires.https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/1863Animal cordialhomem cordialcinema brasileiroalteridadedevires |
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Este artigo propõe uma leitura do filme longa metragem O animal cordial (2018), da roteirista e diretora Gabriela Amaral Almeida. A ideia foi percorrer o enredo contemplando as personagens e descrevendo como a roteirista e diretora brasileira colocou em cheque a validez e a pertinência da noção de “homem cordial”, descrita por Sérgio Buarque de Holanda (1995) em sua obra sociológica Raízes do Brasil. A proposta é observar (1) como esse significante persiste na contemporaneidade a despeito de seus envios anacrônicos e (2) de que forma o filme é, para além de uma leitura de homenagem ou denúncia desse anacronismo, uma possibilidade de reescrita do conceito pela sua rasura. Almeida filma uma noite em um restaurante brasileiro frequentado por pessoas pertencentes a uma classe social média-alta, ou economicamente ascendente. Nessa noite, o que se assiste é ao processo de ruína do “homem” que dá lugar ao “animal” e promove, com isso, uma sobrescrita não apenas do homem como do humano. É essa reescrita violenta e manchada de sangue o que me interessa no filme. É isso o que apresento neste texto amparada pelo pensamento de Hélène Cixous (1995), Alexandre Nodari (2017) e Achille Mbembe (2018), pois, a meu ver, é esse processo que o longa brasileiro expõe tão linda e visceralmente encetando devires. |
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