O processo terapêutico nas afasias: implicações da neurolinguística enunciativo - discursiva

RESUMO Na perspectiva da Neurolinguística Enunciativo-Discursiva busca investigar as relações entre a linguagem e o cérebro a partir do contexto sócio-histórica e cultural em que o sujeito se insere. Nesta perspectiva, a terapia fonoaudiológica das afasias propõe situações em que o sujeito afásico p...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Gisele Senhorini, Ana Paula de Oliveira Santana, Karoline Pimentel dos Santos, Giselle Athayde Massi
Format: Article
Language:English
Published: CEFAC Saúde e Educação 2016-02-01
Series:Revista CEFAC
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462016000100309&lng=en&tlng=en
Description
Summary:RESUMO Na perspectiva da Neurolinguística Enunciativo-Discursiva busca investigar as relações entre a linguagem e o cérebro a partir do contexto sócio-histórica e cultural em que o sujeito se insere. Nesta perspectiva, a terapia fonoaudiológica das afasias propõe situações em que o sujeito afásico pode experienciar a reversibilidade de papéis discursivos inerentes ao uso social da língua. O objetivo deste artigo é apresentar as estratégias utilizadas por um sujeito afásico (estudo de caso), durante o processo terapêutico em uma Clínica de Fonoaudiologia de uma universidade particular do Brasil, ilustrando exemplos de aplicação dos pressupostos da Neurolinguistica Enunciativo-Discursiva. As sessões foram gravadas e analisadas sob a vertente enunciativo-discursiva, com aporte teórico do Letramento. Assim, os episódios clínicos pautaram-se em situações interativas, relacionadas ao contexto histórico do sujeito. A análise mostrou que, durante a construção dialógica, o sujeito fez uso não apenas das modalidades verbais para alcançar o efeito discursivo esperado, como também gestos e outros recursos semióticos. Além disto, foi possível perceber que não apenas a posição do sujeito na interação é relevante na (re)construção dos seus enunciados, mas que o posicionamento (atenção e atitude responsiva) do interlocutor/terapeuta também interfere colaborativamente no encadeamento enunciativo do sujeito/paciente. O que se conclui é que as atividades intersubjetivas e a consideração das estratégias verbais e não verbais utilizadas na interação podem ampliar as possibilidades linguístico-discursiva do sujeito afásico a partir do momento em que ele é colocado, na interação, como sujeito do discurso e, portanto, capaz de realizar ações sobre a linguagem.
ISSN:1982-0216