Summary: | Este artigo tem como objetivo discutir a relação entre a educação da população negra e a formação da identidade nacional brasileira. Utiliza-se para isso, o eixo explicativo dos Estudos Culturais, somado as teorizações foucaultianas, argumenta-se que para organizar o Brasil frente às transformações que estavam ocorrendo no mundo no final de século XIX e início do século XX, a educação escolar foi vista como uma dos caminhos que levaria o país rumo ao desenvolvimento econômico e com isso equiparar-se às nações europeias. No entanto, na formação do Estado moderno brasileiro, houve uma série de dispositivos de marginalização da população negra como as políticas de branqueamento, mito democracia racial e os discursos sobre a miscigenação. Apesar dessas marginalizações, houve também uma série de denúncias, em especial, dos movimentos negros desses processos de exclusão e é nesse contexto de resistência uma identidade nacional eurocêntrica que a educação escolar passou a ser vista pelos negros e pelas negras como um espaço essencial para a inclusão de suas caraterísticas culturais e politicas na identidade nacional. Conclui-se que apesar de algumas reivindicações dessa população ser incorporada no projeto de brasilidade, é necessário perguntar como essas marginalizações, que foram historicamente construídas, localizam a negritude no tecido social atualmente.
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