Summary: | No meio acadêmico, desde meados da década de 1980, perpetuam-se estudos e debates que apontam para a existência de uma crise no ensino de língua portuguesa (tanto no âmbito da escrita quanto no da leitura). Tal denúncia tem sido discutida, também, no campo midiático (jornais impressos, revistas, telejornais, websites etc.). A fim de estudar a crise na escrita, fez-se uma comparação entre a escrita de alunos do primeiro ano do ciclo I (redações escritas em salas de aulas em 2008) e de universitários (relatórios de estágio referentes ao curso de licenciatura em Letras de uma universidade pública, apresentados em 2008 e 2009). Por meio de tal comparação, tem-se o objetivo de averiguar, nos textos mencionados, como se constituem dois importantes fatores de textualidade: a coesão e a coerência textuais. Este artigo tem o intuito de fazer uma reflexão apoiada na seguinte hipótese inicial: há uma possível cultura, no sentido antropológico do termo, que tolera a propagação de textos precários em diferentes ambientes, dentre os quais se encontram os mais formais – tal como a universidade – e que, supostamente, não admitiriam uma escrita que não correspondesse às normas formais da língua portuguesa.
|