Religião e economia como culturas universalistas

A ideia deste artigo persegue-me desde o momento em que, preparando um colóquio, li, num artigo de um economista, que “a economia é uma teologia”; especificava ele, ainda, que Marx, Hayek e Keynes foram “os teólogos mais influentes do século XX”. Aos poucos, comparando a expansão dos grandes monote...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Joaquim Costa
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Minho 2017-06-01
Series:Revista Lusófona de Estudos Culturais
Subjects:
Online Access:https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/1875
Description
Summary:A ideia deste artigo persegue-me desde o momento em que, preparando um colóquio, li, num artigo de um economista, que “a economia é uma teologia”; especificava ele, ainda, que Marx, Hayek e Keynes foram “os teólogos mais influentes do século XX”. Aos poucos, comparando a expansão dos grandes monoteísmos universalistas com a da moderna economia de mercado, apercebi-me de que o paralelismo entre religião e economia é mais do que um ocioso exercício de analogia. No expansionismo universalista que os alimenta, na linguagem com que invadem e descrevem o mundo, ambas impregnam as nossas vidas e tornam-se a infraestrutura somática das sociedades que conquistaram. Não por acaso, o problema da pobreza e do seu valor teológico tem gerado cismas na Igreja Católica. É coisa atávica e não nos deveria surpreender, pois a pobreza é, a um tempo, economia e teologia.
ISSN:2184-0458
2183-0886