A decisão de não revascularizar o enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST – condicionantes e prognóstico. A realidade nacional

Resumo: Introdução e objetivo: Avaliar o impacto da estratégia conservadora no enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST nos doentes do Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas. Métodos: Dos 3780 doentes incluídos no estudo durante um período de três anos, foram formados três...

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Bibliographic Details
Main Authors: Davide Moreira, Bruno Marmelo, Anne Delgado, Luís Nunes, João Pipa, Oliveira Santos
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2015-05-01
Series:Revista Portuguesa de Cardiologia
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0870255115000360
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description Resumo: Introdução e objetivo: Avaliar o impacto da estratégia conservadora no enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST nos doentes do Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas. Métodos: Dos 3780 doentes incluídos no estudo durante um período de três anos, foram formados três grupos: no grupo 1 foram incluídos os submetidos a estratégia conservadora; no grupo 2 foram incluídos os doentes submetidos a coronariografia sem realização de intervenção coronária percutânea e no grupo 3 os que foram submetidos a intervenção coronária percutânea. Compararam‐se as características clínicas e de procedimento e as complicações ocorridas no internamento. O endpoint primário foi definido pela mortalidade intra‐hospitalar ou morte ao fim de um ano e o endpoint secundário foi definido pela ocorrência de pelo menos uma das seguintes complicações: hemorragia grave definida pelos critérios de GUSTO, necessidade de transfusão, ventilação invasiva, insuficiência cardíaca e reenfarte. Resultados: Dos doentes analisados, 16,5% foram submetidos a estratégia conservadora; estes eram mais velhos, mais frequentemente mulheres e apresentavam mais fatores de alto risco. A estratégia conservadora associou‐se a maior atingimento do endpoint primário − mortalidade intra‐hospitalar (10,6% versus 1,1% versus 0,6%, p < 0,001, odds‐ratio [OR] de 6,974, intervalo de confiança a 95% [IC95%]: 2,775‐17,527), mortalidade ao ano (26,1% versus 6,8% versus 4,1%, p < 0,001, hazard‐ratio (HR) 2,925, IC95%: 1,433‐5,974) − e do endpoint secundário − 37,2% versus 18,9% versus 14,6%, p < 0,001; OR 1,471 IC95%: 1,043‐2,076. Conclusões: Neste conjunto de doentes, a estratégia conservadora é um preditor independente de mortalidade intra‐hospitalar, complicações intra‐hospitalares e da mortalidade ao ano. Abstract: Introduction and Objectives: The aim of this study was to assess the impact of a conservative strategy in non‐ST‐segment elevation myocardial infarction in patients in the Portuguese Registry of Acute Coronary Syndromes. Methods: The 3780 patients included in the study over a three‐year period were divided into three groups: group 1, patients treated by a conservative strategy during hospitalization; group 2, patients who underwent coronary angiography without percutaneous coronary intervention (PCI); and group 3, patients who underwent PCI. Clinical and procedural data and in‐hospital complications were compared. The primary endpoint was defined as in‐hospital or one‐year mortality and the secondary endpoint as the presence of at least one of the following in‐hospital complications: major bleeding according to the GUSTO criteria, need for blood transfusion, invasive ventilation, heart failure or reinfarction. Results: Of the patients analyzed, 16.5% were treated by a conservative strategy. Patients in this group were older, more often women, and had more high‐risk factors. A conservative strategy was associated with a higher rate of the primary endpoint – in‐hospital mortality (10.6% vs. 1.1% vs. 0.6% in groups 1, 2 and 3, respectively, p<0.001, odds ratio (OR) 6.974, 95% confidence interval [CI]: 2.775‐17.527) and one‐year mortality (26.1% vs. 6.8% vs. 4.1%, p<0.001, hazard ratio (HR) 2.925, 95% CI: 1.433 ‐5.974) ‐ and of the secondary endpoint − 37.2% vs. 18.9% vs. 14.6%, p<0.001; OR 1.471 95% CI: 1.043 ‐2.076. Conclusions: In this patient population, a conservative strategy is an independent predictor of in‐hospital mortality, in‐hospital complications and one‐year mortality. Palavras‐chave: Enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST, Estratégia conservadora, Prognóstico, Keywords: Non‐ST elevation myocardial infarction, Conservative strategy, Prognosis
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spelling doaj-56172005f98e40939c6efbb226929a4b2020-11-25T02:04:24ZengElsevierRevista Portuguesa de Cardiologia0870-25512015-05-01345315328A decisão de não revascularizar o enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST – condicionantes e prognóstico. A realidade nacionalDavide Moreira0Bruno Marmelo1Anne Delgado2Luís Nunes3João Pipa4Oliveira Santos5Autor para correspondência.; Serviço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela‐Viseu, Viseu, PortugalServiço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela‐Viseu, Viseu, PortugalServiço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela‐Viseu, Viseu, PortugalServiço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela‐Viseu, Viseu, PortugalServiço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela‐Viseu, Viseu, PortugalServiço de Cardiologia, Centro Hospitalar Tondela‐Viseu, Viseu, PortugalResumo: Introdução e objetivo: Avaliar o impacto da estratégia conservadora no enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST nos doentes do Registo Nacional de Síndromes Coronárias Agudas. Métodos: Dos 3780 doentes incluídos no estudo durante um período de três anos, foram formados três grupos: no grupo 1 foram incluídos os submetidos a estratégia conservadora; no grupo 2 foram incluídos os doentes submetidos a coronariografia sem realização de intervenção coronária percutânea e no grupo 3 os que foram submetidos a intervenção coronária percutânea. Compararam‐se as características clínicas e de procedimento e as complicações ocorridas no internamento. O endpoint primário foi definido pela mortalidade intra‐hospitalar ou morte ao fim de um ano e o endpoint secundário foi definido pela ocorrência de pelo menos uma das seguintes complicações: hemorragia grave definida pelos critérios de GUSTO, necessidade de transfusão, ventilação invasiva, insuficiência cardíaca e reenfarte. Resultados: Dos doentes analisados, 16,5% foram submetidos a estratégia conservadora; estes eram mais velhos, mais frequentemente mulheres e apresentavam mais fatores de alto risco. A estratégia conservadora associou‐se a maior atingimento do endpoint primário − mortalidade intra‐hospitalar (10,6% versus 1,1% versus 0,6%, p < 0,001, odds‐ratio [OR] de 6,974, intervalo de confiança a 95% [IC95%]: 2,775‐17,527), mortalidade ao ano (26,1% versus 6,8% versus 4,1%, p < 0,001, hazard‐ratio (HR) 2,925, IC95%: 1,433‐5,974) − e do endpoint secundário − 37,2% versus 18,9% versus 14,6%, p < 0,001; OR 1,471 IC95%: 1,043‐2,076. Conclusões: Neste conjunto de doentes, a estratégia conservadora é um preditor independente de mortalidade intra‐hospitalar, complicações intra‐hospitalares e da mortalidade ao ano. Abstract: Introduction and Objectives: The aim of this study was to assess the impact of a conservative strategy in non‐ST‐segment elevation myocardial infarction in patients in the Portuguese Registry of Acute Coronary Syndromes. Methods: The 3780 patients included in the study over a three‐year period were divided into three groups: group 1, patients treated by a conservative strategy during hospitalization; group 2, patients who underwent coronary angiography without percutaneous coronary intervention (PCI); and group 3, patients who underwent PCI. Clinical and procedural data and in‐hospital complications were compared. The primary endpoint was defined as in‐hospital or one‐year mortality and the secondary endpoint as the presence of at least one of the following in‐hospital complications: major bleeding according to the GUSTO criteria, need for blood transfusion, invasive ventilation, heart failure or reinfarction. Results: Of the patients analyzed, 16.5% were treated by a conservative strategy. Patients in this group were older, more often women, and had more high‐risk factors. A conservative strategy was associated with a higher rate of the primary endpoint – in‐hospital mortality (10.6% vs. 1.1% vs. 0.6% in groups 1, 2 and 3, respectively, p<0.001, odds ratio (OR) 6.974, 95% confidence interval [CI]: 2.775‐17.527) and one‐year mortality (26.1% vs. 6.8% vs. 4.1%, p<0.001, hazard ratio (HR) 2.925, 95% CI: 1.433 ‐5.974) ‐ and of the secondary endpoint − 37.2% vs. 18.9% vs. 14.6%, p<0.001; OR 1.471 95% CI: 1.043 ‐2.076. Conclusions: In this patient population, a conservative strategy is an independent predictor of in‐hospital mortality, in‐hospital complications and one‐year mortality. Palavras‐chave: Enfarte agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST, Estratégia conservadora, Prognóstico, Keywords: Non‐ST elevation myocardial infarction, Conservative strategy, Prognosishttp://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0870255115000360