Estratificação prognóstica na hipertensão pulmonar: valor acrescido da abordagem multibiomarcadores

Resumo: Introdução: A hipertensão pulmonar (HP) compreende um grupo de doenças progressivas caracterizadas por aumento na resistência vascular pulmonar, conduzindo a falência ventricular direita e morte prematura. A estratificação de risco é fundamental para a avaliação prognóstica e orientação ter...

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Bibliographic Details
Main Authors: Rui Plácido, Nuno Cortez‐Dias, Susana Robalo Martins, Ana Gomes Almeida, Carina Calisto, Susana Gonçalves, Malha Sadoune, António Nunes Diogo, Alexandre Mebazaa, Fausto José Pinto
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2017-02-01
Series:Revista Portuguesa de Cardiologia
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0870255116302153
Description
Summary:Resumo: Introdução: A hipertensão pulmonar (HP) compreende um grupo de doenças progressivas caracterizadas por aumento na resistência vascular pulmonar, conduzindo a falência ventricular direita e morte prematura. A estratificação de risco é fundamental para a avaliação prognóstica e orientação terapêutica, sendo que a acuidade dos parâmetros convencionais é limitada, sobretudo no que respeita aos biomarcadores. Objetivos: Determinar o valor prognóstico de um painel de novos biomarcadores e avaliar o benefício da sua conjugação num score multibiomarcador para predição de morbimortalidade na HP. Metodologia: Estudo de coorte prospetivo de doentes com HP submetidos a avaliação clínica, ecocardiográfica e laboratorial, incluindo doseamento da porção N‐terminal do péptido natriurético cerebral (NT‐proBNP) e dos seguintes novos biomarcadores: porção médio‐regional da pro‐adrenomedulina (MR‐proADM), copeptina, endotelina‐1, porção médio‐regional da pró‐hormona ANP (MR‐proANP) e recetor solúvel da interleucina‐33 (sST2). Determinou‐se a acuidade dos diferentes parâmetros de avaliação na predição de morte por qualquer causa e de morte ou hospitalização por causa cardíaca. Concebeu‐se um score multibiomarcador a partir da distribuição por tercis dos níveis séricos de novos biomarcadores e a sua acuidade prognóstica incremental foi avaliada comparativamente aos marcadores convencionais. Resultados: Incluíram‐se 43 doentes com HP (72,1% sexo feminino; 59 ± 15 anos). A maioria dos doentes (65,1%) tinha HP, grupo 1. Durante um seguimento mediano de 34 meses, 26% dos doentes (n = 11) faleceram e 35% (n = 15) foram hospitalizados por causa cardíaca. Os diferentes parâmetros dimensionais ventriculares e auriculares, bem como a menor fração de área ventricular direita, foram preditores prognósticos relevantes. Relativamente aos biomarcadores, foram preditores independentes de mortalidade o NT‐proBNP (log) (hazard ratio [HR]: 31,14; intervalo de confiança a 95% [IC95%]: 3,12‐310,7; p = 0,003) e a renina (HR: 1,02; IC95%: 1,005‐1,038; p = 0,009), e do risco de morte ou hospitalização o MR‐proANP (HR: 1,008; IC95% 1,004‐1,011; p < 0,001) e o sST2 (HR: 1,005; IC95% 1,001‐1,009; p = 0,04). O score multibiomarcador, concebido a partir da distribuição por tercis dos níveis séricos de NT‐proBNP, MR‐proANP, renina e sST2, foi superior a qualquer dos parâmetros convencionais na estratificação prognóstica e possibilitou a identificação dos grupos de baixo risco, risco intermédio e risco elevado, cuja mortalidade aos três anos atingiu 77,8%. Conclusão: Uma abordagem multibiomarcadores é útil na estratificação prognóstica de doentes com HP. O score que incorpora o NT‐proBNP, MR‐proANP, renina e sST2 identifica com precisão os doentes de elevado risco. Abstract: Introduction: Pulmonary hypertension (PH) covers a group of conditions characterized by an increase in pulmonary vascular resistance leading to right ventricular failure. Risk stratification is crucial for adequate prognostic and therapeutic assessment. However, the accuracy of conventional parameters is limited, especially biomarkers. Objectives: To determine the prognostic value of new biomarkers and their combination in a multi‐biomarker approach to predict outcome in patients with PH. Methods: In this prospective cohort study, PH patients underwent clinical, echocardiographic and laboratory assessment, including quantification of serum N‐terminal pro‐brain natriuretic peptide (NT‐proBNP) and of the following new biomarkers: mid‐regional pro‐adrenomedullin (MR‐proADM), copeptin, endothelin‐1, mid‐regional pro‐atrial natriuretic peptide (MR‐proANP) and soluble ST2 (sST2), the interleukin‐33 receptor. The accuracy of the different parameters for predicting all‐cause mortality and death or hospitalization of cardiac causes was determined. The prognostic value of a multi‐biomarker score based on the tertile distribution of serum NT‐proBNP, MR‐proANP, renin and sST2 was compared to conventional markers. Results: Forty‐three patients (72.1% female, age 59±15 years) were included, most of whom (65.1%) had group 1 PH. During a median follow‐up of 34 months, 26% of the patients died and 35% were hospitalized for cardiac causes. Atrial and ventricular dimensions and right ventricular fractional area change were prognostic predictors. Log NT‐proBNP (HR: 31.14; 95% CI: 3.12‐310.7; p=0.003) and renin (HR: 1.02; 95% CI: 1.005‐1.038; p=0.009) were independent predictors of mortality. MR‐proANP (HR: 1.008; 95% CI 1.004‐1.011; p<0.001) and sST2 (HR: 1.005; 95% CI 1.001‐1.009; p=0.04) were predictors of death or hospitalization. The prognostic value of the multi‐biomarker score was higher than any of the conventional parameters, and enabled identification of risk groups (the high‐risk group had three‐year mortality of 77.8%). Conclusion: A multi‐biomarker approach was superior for risk stratification to any single marker. A score that incorporates NT‐proBNP, MR‐proANP, renin and sST2 accurately identifies patients at low, intermediate and high risk. Palavras‐chave: Hipertensão pulmonar, Biomarcadores, Prognóstico, Ecocardiografia, Keywords: Pulmonary hypertension, Biomarkers, Prognosis, Echocardiography
ISSN:0870-2551