Surdez e linguagem escrita: um estudo de caso Deafness and written language: a case of study
Partindo do pressuposto de que ao considerar a língua de sinais como a primeira língua do surdo é possível perceber sua inserção no mundo letrado, esse trabalho objetiva analisar produções escritas de um sujeito surdo em momento inicial de apropriação da escrita. Para tanto, concebendo a linguagem c...
Main Authors: | , , |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial
2007-08-01
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Series: | Revista Brasileira de Educação Especial |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382007000200005 |
Summary: | Partindo do pressuposto de que ao considerar a língua de sinais como a primeira língua do surdo é possível perceber sua inserção no mundo letrado, esse trabalho objetiva analisar produções escritas de um sujeito surdo em momento inicial de apropriação da escrita. Para tanto, concebendo a linguagem como atividade dialógica, como trabalho social e histórico, constitutivo dos sujeitos e da língua, foram analisados cinco textos produzidos, entre os anos de 1998 e 2002, por um sujeito surdo, reconhecido pela inicial R, em conjunto com a sua fonoaudióloga. Cabe esclarecer que tal profissional, proficiente em língua de sinais, atuou como interlocutora e intérprete, priorizando a natureza interativa da linguagem e interferindo nas produções escritas quando solicitada. Durante os anos trabalhados com R, observou-se que ele passou a refletir sobre seus textos e mudou sua postura perante a escrita. O fato de R e a fonoaudióloga compartilharem a língua de sinais permitiu que ele dividisse suas histórias e experiências, levando-os a registrá-las a partir da língua escrita. Deste modo, R passou a fazer uso da escrita com alternâncias e justaposições entre as duas línguas envolvidas: a língua portuguesa e a língua de sinais. A escrita tornou-se, assim, uma possibilidade a mais de manifestação da singularidade de R, que passou a reconstruir a história de sua relação com a linguagem.<br>Considering sign language as deaf peoples' first language, it is possible to conceive of the insertion of the deaf into the written world. This work aims to analyze the written productions of a deaf child during his initiation into literacy. We view language as a dialogic activity, as social and historic production, that enables constitution of individuals and their language. Five written texts produced between 1998 and 2002 were analyzed. These were produced by a deaf subject, R, together with his speech and language therapist. It is important to clarify that this professional was fluent in sign language, and she acted as an interpreter and interlocutor, emphasizing language as interaction and interfering in written productions when requested. During the years she worked with R, it was seen that he started to reflect upon his written production and that his attitudes towards writing changed. The fact that R and his speech and language therapist shared sign language allowed him to talk about his life and experiences; this material was then taken down as written language. Thus, R started to use written language with crossovers and juxtapositions of the two languages he used: Portuguese and sign language. Writting became an added possibility that could reveal his uniqueness as an individual, enabling him to rebuild the history of his relations to language. |
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ISSN: | 1413-6538 1980-5470 |