Summary: | Resumo: A visão de que o fazer dos psicólogos é clínico, pautado no modelo biomédico, se apresenta ainda muito enraizada no discurso de muitos profissionais. Parecem compreender que essa atuação é a principal, senão a única, forma de a Psicologia contribuir com os usuários do sistema de saúde e com a comunidade. Porém, alguns profissionais procuram atuar de acordo com os princípios do SUS, baseando-se em abordagens críticas da Psicologia. Eles se aproximam das comunidades e apresentam uma prática diferenciada com relação à tradicional. Assim, o objetivo desta pesquisa é conhecer práticas de alguns psicólogos inseridos na Atenção Básica, buscando identificar as bases que as fundamentam e se estão em consonância com a Psicologia Social Crítica. A pesquisa teve caráter qualitativo, usando a pesquisa participante como estratégia metodológica, juntamente com a realização de entrevistas abertas. Os participantes são três psicólogos que atuam em Unidades Básicas de Saúde de Campinas. Os resultados da pesquisa indicam que o posicionamento ético-político do profissional e uma formação voltada para a atuação no SUS são fundamentais para uma atuação crítica e contextualizada. Mostrase que o trabalho realizado para além dos muros dos Centros de Saúde tem grande relevância e é nele que as relações estabelecidas com os conceitos da Psicologia Social Crítica ficam mais evidentes. Considera-se a importância da reflexão dos psicólogos sobre suas próprias ações, além da busca por práticas inovadoras que possam ser incluídas nas políticas públicas de saúde e entende-se que os princípios da Psicologia Social Crítica fornecem subsídios para tal.
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