Engajados post-mortem: os translados dos marinheiros mortos pelos torpedeamentos durante a Segunda Guerra Mundial

Em 1960 é inaugurado no Rio de Janeiro o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. A comissão de repatriamento dos mortos desde 1953 buscava decidir o destino final dos restos mortais dos soldados caídos na Itália durante o conflito. A partir da construção de um monumento específico,...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Adriane Piovezan
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 2019-06-01
Series:Revista Nordestina de História do Brasil
Subjects:
Online Access:https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/historiadobrasil/article/view/1247/746
Description
Summary:Em 1960 é inaugurado no Rio de Janeiro o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial. A comissão de repatriamento dos mortos desde 1953 buscava decidir o destino final dos restos mortais dos soldados caídos na Itália durante o conflito. A partir da construção de um monumento específico, a necessidade de privilegiar outras forças além da FEB (Força Expedicionária Brasileira) se torna essencial. O discurso de unidade nacional contra o inimigo comum numa guerra total pretendia que todas as forças fossem rememoradas no monumento. A Marinha de Guerra foi a arma que contabilizou as maiores perdas no conflito, mas sem enfrentamento direto e sem cadáveres a homenagem a esses mortos seria desproporcional na narrativa proposta pelo monumento. A solução foi trasladar 4 cadáveres de mortos representantes da Marinha do Brasil do Nordeste para o Rio de Janeiro. Com base na documentação de exumação dos cadáveres e de periódicos do período é possível perceber os conflitos dessa resolução que pretendia justificar um discurso e inseri-lo na narrativa de um monumento funerário.
ISSN:2596-0334
2674-7332