Summary: | O trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na política de HIV/Aids está em construção nas equipes de atenção básica (AB). O presente estudo teve como objetivo analisar os atravessamentos relacionados a temática de HIV/Aids na atuação dos ACS a partir da interlocução dos atores envolvidos, tendo em vista que se trata de uma política em disputa. Utilizou-se o método qualitativo exploratório. A coleta de dados foi realizada em 15 unidades de saúde de Porto Alegre. Utilizou-se um recorte de 14 entrevistas com profissionais da atenção básica e da gestão em HIV/Aids compreendidas e analisadas através da análise temática. Os resultados agrupam-se em: a) Potência e Função dos ACS; b) Inserção dos ACS na equipe; c) HIV e Território. O trabalho dos ACS mostra-se uma potente via de promoção e prevenção relacionada a política de HIV/Aids nos cotidianos de prática, tendo em vista que trazem a cultura e demandas locais à equipe, funcionando como um elo entre o território e a unidade. No entanto, nem sempre esses são reconhecidos enquanto parte das equipes. Tratando-se do estigma relacionado ao HIV/Aids, percebeu-se que os ACS ocupam uma posição paradoxal, já que, por vezes, residem na mesma comunidade dos usuários, o que pode complexizar as relações de trabalho e sigilo. Assim, há lacunas na consolidação do ofício dos ACS como a falta de investimentos na formação específica e no desenvolvimento de seu fazer, que se desdobram no relacionamento com a equipe e os usuários do serviço, podendo obstaculizar os processos de trabalho previstos.
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