VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO
Partindo da face monstruosa da morte, representada miticamente pela máscara de Gorgó (Vernant, 1998; 2001), pretendemos articular os conceitos de “teatro da morte” de Kantor (1998), “teatro da crueldade” de Artaud (2006) e a tese acerca de metateatralidade de Abel (1968) para compreendermos como o t...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
2018-05-01
|
Series: | Letras Escreve |
Online Access: | https://periodicos.unifap.br/index.php/letras/article/view/3271 |
id |
doaj-7454532106e44e6a8240b2560424ed7b |
---|---|
record_format |
Article |
spelling |
doaj-7454532106e44e6a8240b2560424ed7b2020-11-24T20:49:47ZporUniversidade Federal do Amapá (UNIFAP)Letras Escreve2238-80602018-05-017320922310.18468/letras.2017v7n3.p209-2231429VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANODênis Moura de Quadros0Universidade Federal do Rio GrandePartindo da face monstruosa da morte, representada miticamente pela máscara de Gorgó (Vernant, 1998; 2001), pretendemos articular os conceitos de “teatro da morte” de Kantor (1998), “teatro da crueldade” de Artaud (2006) e a tese acerca de metateatralidade de Abel (1968) para compreendermos como o teatro, obra de arte social, permite-nos experimentar a morte. Para tanto, Valsa n°6 (1951), único monólogo de Nelson Rodrigues, abre a possibilidade de vermos essa monstruosa face, construída pelo evocamento do nome, Derrida (1995a), de Sônia que através da metateatralidade constitui o desagradável rodriguiano. Ainda, a peça traz marcas evidentes de autotextualidade, principalmente com Vestido de noiva (1943) e intertextualidade com o monólogo de Pedro Bloch, As mãos de Eurídice (1950) que faz referência ao mito de Orfeu e Eurídice na visão órfica (Brandão, 1987). A monstruosidade, segundo Jeha (2007), é uma das metáforas do mal e como maldita, a morte é negada, segundo Becker (1973), e temida. Desse medo da morte e do morrer baseia-se nossa existência e é diante dela, da morte, que segundo Heidegger (2005), atingimos nossa plenitude, logo essas duas forças: negar e aceitar, assemelham-se ao antagônico dionisíaco e apolíneo, segundo Nietzsche (2013), que convivem nesse espaço de tensão que é o teatro. Adotando o conceito de espaço de tensão de Féral (2015) em que o teatro ocidental tem uma forte ligação com a morte, no sentido do vazio primeiro, elencamos Sônia, essa estrangeira de si mesma (Kristeva, 1994) para experimentarmos a face monstruosa e desagradável da morte.https://periodicos.unifap.br/index.php/letras/article/view/3271 |
collection |
DOAJ |
language |
Portuguese |
format |
Article |
sources |
DOAJ |
author |
Dênis Moura de Quadros |
spellingShingle |
Dênis Moura de Quadros VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO Letras Escreve |
author_facet |
Dênis Moura de Quadros |
author_sort |
Dênis Moura de Quadros |
title |
VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO |
title_short |
VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO |
title_full |
VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO |
title_fullStr |
VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO |
title_full_unstemmed |
VALSA N° 6 (1951): A FACE MONSTRUOSA DA MORTE NO MONÓLOGO RODRIGUIANO |
title_sort |
valsa n° 6 (1951): a face monstruosa da morte no monólogo rodriguiano |
publisher |
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) |
series |
Letras Escreve |
issn |
2238-8060 |
publishDate |
2018-05-01 |
description |
Partindo da face monstruosa da morte, representada miticamente pela máscara de Gorgó (Vernant, 1998; 2001), pretendemos articular os conceitos de “teatro da morte” de Kantor (1998), “teatro da crueldade” de Artaud (2006) e a tese acerca de metateatralidade de Abel (1968) para compreendermos como o teatro, obra de arte social, permite-nos experimentar a morte. Para tanto, Valsa n°6 (1951), único monólogo de Nelson Rodrigues, abre a possibilidade de vermos essa monstruosa face, construída pelo evocamento do nome, Derrida (1995a), de Sônia que através da metateatralidade constitui o desagradável rodriguiano. Ainda, a peça traz marcas evidentes de autotextualidade, principalmente com Vestido de noiva (1943) e intertextualidade com o monólogo de Pedro Bloch, As mãos de Eurídice (1950) que faz referência ao mito de Orfeu e Eurídice na visão órfica (Brandão, 1987). A monstruosidade, segundo Jeha (2007), é uma das metáforas do mal e como maldita, a morte é negada, segundo Becker (1973), e temida. Desse medo da morte e do morrer baseia-se nossa existência e é diante dela, da morte, que segundo Heidegger (2005), atingimos nossa plenitude, logo essas duas forças: negar e aceitar, assemelham-se ao antagônico dionisíaco e apolíneo, segundo Nietzsche (2013), que convivem nesse espaço de tensão que é o teatro. Adotando o conceito de espaço de tensão de Féral (2015) em que o teatro ocidental tem uma forte ligação com a morte, no sentido do vazio primeiro, elencamos Sônia, essa estrangeira de si mesma (Kristeva, 1994) para experimentarmos a face monstruosa e desagradável da morte. |
url |
https://periodicos.unifap.br/index.php/letras/article/view/3271 |
work_keys_str_mv |
AT denismouradequadros valsan61951afacemonstruosadamortenomonologorodriguiano |
_version_ |
1716805738366500864 |