A passagem do "eu penso" ao "eu existo" em Jaakko Hintikka e em Jacques Lacan

Apesar de validar o cogito no ato da enunciação, o interesse que Lacan nele deposita se distancia da autoverificabilidade existencial da proposição "eu existo", tal como defendida por Jaako Hintikka. Embora ambos os autores assumam a necessidade de remeter o ato da representação a algo alé...

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Bibliographic Details
Main Author: Léa Silveira Sales
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2010-06-01
Series:Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982010000100002
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spelling doaj-756df8f969704f7486491ddb0776888a2020-11-25T01:45:16ZporUniversidade Federal do Rio de JaneiroÁgora: Estudos em Teoria Psicanalítica1516-14982010-06-01131233310.1590/S1516-14982010000100002A passagem do "eu penso" ao "eu existo" em Jaakko Hintikka e em Jacques LacanLéa Silveira SalesApesar de validar o cogito no ato da enunciação, o interesse que Lacan nele deposita se distancia da autoverificabilidade existencial da proposição "eu existo", tal como defendida por Jaako Hintikka. Embora ambos os autores assumam a necessidade de remeter o ato da representação a algo além do nível da representação (a qualificação performativa do cogito), se, para o primeiro, a força do argumento cartesiano concentra-se na proposição "eu existo", na medida que saberíamos a quem este "eu" encontrar-se-ia referido, para o psicanalista, essa é justamente a proposição ameaçada de invalidação e, tal saber, aquele que deve ser questionado.<br>The passage from "I think" to "I exist" in Jaakko Hintikka and in Jacques Lacan. Although Lacan validates the cogito in the act of enunciation, the interest that he deposits in it is far from the existential auto-verifiability of the proposition "I exist" as sustained by Jaako Hintikka. Even if both of them assume the need of referring the act of representation to something beyond the level of representation (the performative qualification of the cogito), while the philosopher concentrates the power of the Cartesian argument om the proposition "I exist" - for we would know to whom this "I" would be refered to -, to the psychoanalyst this is exactly the proposition which is threatened by invalidation and, such knowledge, the one that must be questioned.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-14982010000100002LacanDescartesHintikkacogitosujeitoLacanDescartesHintikkacogitosubject
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