Summary: | A dialética necessária entre educação e experiência, construída por Thompson em sua prática na educação de adultos trabalhadores, parte do pressuposto de que aquilo que as pessoas comuns fazem é digno de interesse e atenção. Sob o ponto de vista da educação de classe, a EJA trabalhadores preconiza que, na produção social de sua existência, os seres humanos criam seus próprios valores, sua cultura própria, intrínsecos ao seu modo de vida. Dessa forma, torna-se necessária a resistência às determinações do mercado e à pedagogia política do capital para que as experiências de classe sejam socializadas e para que o público da EJA seja conhecedor de sua própria cultura, como sujeitos históricos reconhecidos entre si. Em tempos de crise do capital e do trabalho assalariado, percebemos na educação pública a influência cada vez maior das ideias que procuram a valorização do capital humano, fazendo das escolas uma extensão do processo produtivo, da cultura hegemônica, de uma pedagogia política do capital. Desta forma, a EJA trabalhadores configura-se em um mecanismo de mediação da luta de classes, um campo de disputa entre o capital e o trabalho.
|