Polissonografia na síndrome de apneia obstrutiva do sono em crianças

Introdução e objectivos: As crianças com trissomia 21 (T21) têm uma prevalência de 50% de síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS). Os sinais nem sempre são percepcionados pelos pais e o estudo polissonográfico do sono (PSG) não está generalizado. O objectivo foi avaliar a existência de SAOS em...

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Main Authors: Clara Marecos, Helena Cristina Loureiro, Manuel Cunha
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Pediatria 2013-12-01
Series:Portuguese Journal of Pediatrics
Online Access:https://pjp.spp.pt//article/view/3331
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spelling doaj-76b0872459d84b7a9760833bf2c7d6e22020-11-25T03:00:18ZengSociedade Portuguesa de PediatriaPortuguese Journal of Pediatrics 2184-33332013-12-0144410.25754/pjp.2013.3331Polissonografia na síndrome de apneia obstrutiva do sono em criançasClara Marecos0Helena Cristina Loureiro1Manuel Cunha2Departamento de Pediatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Amadora, PortugalConsulta Pediátrica Patologia Sono / Laboratório Sono Pediátrico, Departamento de Pediatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Amadora, PortugalConsulta de Desenvolvimento, Departamento de Pediatria, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, Amadora, Portugal Introdução e objectivos: As crianças com trissomia 21 (T21) têm uma prevalência de 50% de síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS). Os sinais nem sempre são percepcionados pelos pais e o estudo polissonográfico do sono (PSG) não está generalizado. O objectivo foi avaliar a existência de SAOS em crianças com T21. Métodos: Amostra de conveniência de 12 crianças com T21 estudadas através da realização de PSG. Resultados: A idade mediana das crianças estudadas foi de 4,5 anos (1,6-13), com índice de massa corporal (IMC) ≥25 em 25% (n=3). Apresentavam défice cognitivo grave 25% (n=3), moderado 33% (n=4) e ligeiro 33% (n=4). Tiveram infecções respiratórias de repetição 42% (n=5) e efectuaram adenoamigdalectomia prévia à PSG 58% (n=7). Referido em consulta, sono agitado 83% (n=10), roncopatia nocturna 92% (n=11) e pausas na respiração 42% (n=5). Na PSG verificou--se sono lento superficial aumentado em 83% (n=10), sono lento profundo diminuído em 33% (n=4) e em 92% (n=11) diminuição do sono REM. A média da eficiência do sono foi de 84% e em 42% (n=5) estava diminuída. Todos apresentaram aumento do índice de apneia/hipopneia (IAH) sendo a média de 7,0 (2,5-18,7). As crianças com défice cognitivo grave apresentaram maior número de despertares por hora (DPH) em relação às crianças com défice cognitivo ligeiro (p=0,05), não havendo diferença significativa na eficiência do sono, IAH, movimentos periódicos do sono (MPS) e saturação média de oxigénio. Não se verificou associação entre IMC e IAH. A existência prévia de adenoidoamigdalectomia não influenciou significativamente o resultado da PSG. Conclusão: Conclui-se que nas crianças com T21 a PSG permite o diagnóstico atempado da SAOS. A adenoamigdalectomia não resolve eficazmente a SAOS, devendo ser introduzidas precocemente outras medidas. https://pjp.spp.pt//article/view/3331
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