Summary: | O objetivo deste artigo é apresentar um determinado conjunto de representações presente na documentação oficial de Goiás entre os séculos XVIII e XIX que é responsável pelo apagamento do protagonismo indígena nessa região. Essas representações passam pela óptica do projeto colonizador o qual não considera a alteridade em seus próprios pressupostos. A alteridade, pelo contrário, é vista como inadequação aos preceitos da cultura ocidental prevista pelas políticas indigenistas que tinham aspectos econômicos, mas também ideológicos que confrontavam e não admitiam a alteridade. Nesse sentido, as estratégias e políticas indígenas são interpretadas etnocentricamente pelo discurso colonizador que esvazia sua relevância e promove uma narrativa que nega a alteridade e silencia a memória do protagonismo indígena em Goiás. O texto procura enfatizar alguns fatores que são constituídos e constitutivos dessas representações. Três foram selecionados para essa discussão: (1) espaço, gestão do território e políticas indigenistas no XVIII e XIX; (2) a ideia do medo como fenômeno histórico e (3) as construções míticas em Goiás que não levam em consideração figuras indígenas.
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