Summary: | A hepatite crônica canina é uma doença progressiva e irreversível, de etiologia variada, que causa diminuição da regeneração hepática e substituição do parênquima por fibrose, podendo evoluir para cirrose. O objetivo do presente trabalho foi relatar o caso de uma cadela da raça Golden Retriever, com 11 anos e 3 meses de idade, atendida no Hospital Veterinário Universitário-HVU, São Carlos/SP, Brasil. O motivo da consulta foi infecção por Giardia sp, mas, os exames laboratoriais para avaliar as funções biológicas da paciente, resultaram em elevados valores de ALT (alanina aminotransferase) e FA (fosfatase alcalina), além de hipoalbuminemia, indicando lesão hepática severa, porém, sem apresentar outros sinais clínicos comuns em cães hepatopatas (icterícia, ascite, vômito, etc.). Os exames de imagem, ultrassonografia e tomografia computadorizada, registraram hepatomegalia e presença de estrutura amorfa única de contornos irregulares e parênquima heterogêneo. Como tratamento cirúrgico foi eleita a hepatectomia parcial para a retirada do lobo medial direito onde estava a massa. Para o tratamento clínico foram prescritos: Ursacol (ácido ursodesoxicólico), SAM-e (S-Adenosil-Metionina) e vitamina E, diariamente. O histopatológico da amostra resultou em hiperplasia hepatocelular com formação de pontes de fibrina e nódulos regenerativos, indicativos de hepatite crônica, além de ausência de características de malignidade ou agentes infecciosos. A paciente foi acompanhada nos meses seguintes ao tratamento, com acentuada redução dos valores séricos das enzimas hepáticas e manutenção da boa saúde. Conclui-se que o diagnóstico de hepatite crônica, antes do surgimento de sinais clínicos, associado à hepatectomia parcial e ao tratamento clínico melhoram o prognóstico e sobrevida dos pacientes com doença hepática focal.
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