Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado

A Região da Grande Florianópolis passou por um intenso crescimento urbano nas últimas décadas, impulsionado por processos de expulsão populacional de pequenos agricultores provenientes de outras regiões catarinenses e outros Estados. Este crescimento promoveu aceleração da segregação urbana na cidad...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Luís Felipe Aires Magalhães, Vitor Hugo Tonin
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 2015-11-01
Series:Revista de Ciências Humanas
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/37120
id doaj-7cda885c00cf4c21b0f66466d8717397
record_format Article
spelling doaj-7cda885c00cf4c21b0f66466d87173972020-11-25T01:31:19ZengUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC)Revista de Ciências Humanas0101-95892178-45822015-11-0149222425510.5007/2178-4582.2015v49n2p22424541Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação ContestadoLuís Felipe Aires Magalhães0Vitor Hugo Tonin1Universidade Estadual de Campinas - UNICAMPUniversidade Estadual de Campinas - Doutorando em EconomiaA Região da Grande Florianópolis passou por um intenso crescimento urbano nas últimas décadas, impulsionado por processos de expulsão populacional de pequenos agricultores provenientes de outras regiões catarinenses e outros Estados. Este crescimento promoveu aceleração da segregação urbana na cidade, na medida em que impulsionou expansão da ocupação das áreas de encostas do perímetro central (o Maciço Central) e se deu em um contexto de opção exclusiva do acesso à ilha pela parte central, o que legou às gerações futuras condições precárias de mobilidade, não obstante os sucessivos aterramentos para construções viárias. Reforçando esta contradição, a veiculação de Florianópolis como “cidade-mercadoria” privilegiou os espaços de praia em detrimento do centro da cidade. Pela distância destas praias e o polinucleamento característico da cidade, esta opção indicou um terreno fértil para o modelo de mobilidade particular, através sobretudo de automóveis, e abriu uma perspectiva de valorização fundiária de extensas áreas localizadas nos entornos dos acessos viários. Este artigo tem como objetivo teorizar a experiência de criação e desenvolvimento da Ocupação Contestado, em um contexto mais geral de elevação da renda da terra na Grande Florianópolis e de expansão de sua periferia urbana. Pretende-se partir deste contexto de modo a apontar que os movimentos de luta por moradia não nascem de ideias e vanguardas iluminadas, senão que são produto do acúmulo de contradições sociais, econômicas e políticas que colocam o povo subalterno e superexplorado da cidade e do campo em luta. Deste povo e nesta luta, surgem as direções e lideranças do movimento. A metodologia combina revisões teóricas, análises qualitativas e levantamento quantitativo, com base nas fontes de dados do IBGE e de questionário aplicado na Ocupação Contestado.https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/37120urbanismosegregação socioespacialluta por moradia
collection DOAJ
language English
format Article
sources DOAJ
author Luís Felipe Aires Magalhães
Vitor Hugo Tonin
spellingShingle Luís Felipe Aires Magalhães
Vitor Hugo Tonin
Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado
Revista de Ciências Humanas
urbanismo
segregação socioespacial
luta por moradia
author_facet Luís Felipe Aires Magalhães
Vitor Hugo Tonin
author_sort Luís Felipe Aires Magalhães
title Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado
title_short Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado
title_full Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado
title_fullStr Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado
title_full_unstemmed Segregação socioespacial e luta por moradia na grande Florianópolis: raízes e características da Ocupação Contestado
title_sort segregação socioespacial e luta por moradia na grande florianópolis: raízes e características da ocupação contestado
publisher Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
series Revista de Ciências Humanas
issn 0101-9589
2178-4582
publishDate 2015-11-01
description A Região da Grande Florianópolis passou por um intenso crescimento urbano nas últimas décadas, impulsionado por processos de expulsão populacional de pequenos agricultores provenientes de outras regiões catarinenses e outros Estados. Este crescimento promoveu aceleração da segregação urbana na cidade, na medida em que impulsionou expansão da ocupação das áreas de encostas do perímetro central (o Maciço Central) e se deu em um contexto de opção exclusiva do acesso à ilha pela parte central, o que legou às gerações futuras condições precárias de mobilidade, não obstante os sucessivos aterramentos para construções viárias. Reforçando esta contradição, a veiculação de Florianópolis como “cidade-mercadoria” privilegiou os espaços de praia em detrimento do centro da cidade. Pela distância destas praias e o polinucleamento característico da cidade, esta opção indicou um terreno fértil para o modelo de mobilidade particular, através sobretudo de automóveis, e abriu uma perspectiva de valorização fundiária de extensas áreas localizadas nos entornos dos acessos viários. Este artigo tem como objetivo teorizar a experiência de criação e desenvolvimento da Ocupação Contestado, em um contexto mais geral de elevação da renda da terra na Grande Florianópolis e de expansão de sua periferia urbana. Pretende-se partir deste contexto de modo a apontar que os movimentos de luta por moradia não nascem de ideias e vanguardas iluminadas, senão que são produto do acúmulo de contradições sociais, econômicas e políticas que colocam o povo subalterno e superexplorado da cidade e do campo em luta. Deste povo e nesta luta, surgem as direções e lideranças do movimento. A metodologia combina revisões teóricas, análises qualitativas e levantamento quantitativo, com base nas fontes de dados do IBGE e de questionário aplicado na Ocupação Contestado.
topic urbanismo
segregação socioespacial
luta por moradia
url https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/37120
work_keys_str_mv AT luisfelipeairesmagalhaes segregacaosocioespacialelutapormoradianagrandeflorianopolisraizesecaracteristicasdaocupacaocontestado
AT vitorhugotonin segregacaosocioespacialelutapormoradianagrandeflorianopolisraizesecaracteristicasdaocupacaocontestado
_version_ 1725087374672658432