Economia política da Arte Moderna II / notas para uma sistematização provisória

Paradigma tradicional de excelência artesanal, com que meios pode a pintura responder à abstração do trabalho e à sua ordenação serial, inerentes à modernização capitalista? O texto presente busca sistematizar os momentos decisivos de um percurso que se estende de Manet (1832-1883) a Rothko (1903-19...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Luiz Renato Martins
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de São Paulo 2009-01-01
Series:ARS
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-53202009000200004
Description
Summary:Paradigma tradicional de excelência artesanal, com que meios pode a pintura responder à abstração do trabalho e à sua ordenação serial, inerentes à modernização capitalista? O texto presente busca sistematizar os momentos decisivos de um percurso que se estende de Manet (1832-1883) a Rothko (1903-1970). Constitui o capítulo conclusivo de uma investigação sobre a transformação crítica do modo de pintar em modo de fabricação, fundado na superação reflexiva da dicotomia entre trabalho intelectual e corporal, imposta historicamente à sociedade. Atualizada criticamente e assinalando um fecho possível do processo da arte moderna, a pintura de Rothko põe-se como a negação de todo aspecto individual da pintura e de unidade orgânica e monádica da obra. Alcança-se assim o último termo de um processo; termo que assinala o fim do ciclo da autonomia estética como forma ligada à liberdade do sujeito, idealizado como natureza desinteressada. Para o trabalho de resistência contra a aceleração da barbárie é fundamental doravante levar em conta os fatores de heteronomia supraindividuais que, se não logram controlar toda a produção, detêm a hegemonia na esfera da circulação.<br>Traditional paradigm of craftsmanship excellence, how could painting answer to the process of labour abstraction and to serial production, inherent to capitalistic modernization? vvThe text seeks to systematize the decisive moments of the journey that extends from Manet (1832-1883) to Rothko (1903-1970). It constitutes the conclusive chapter of an inquiry on the critical transformation of a mode of painting, founded on the reflexive overcoming of the dichotomy between intellectual and manual work, historically imposed on society. Updated critically and designating a possible closing to the process of modern art, Rothko's painting sets itself as the negation of painting's individual aspects and of the organic and monadic unity of the work. The last term of a process is so reached; term that indicates the end of aesthetical autonomy cycle as a form linked to subject's freedom, idealized as disinterested nature. For the work of resistance against acceleration of barbarism is henceforth fundamental to take into account the supra-individual heteronomy factors that, if they do not manage to control the whole production process, indeed keep hegemony in the sphere of circulation.
ISSN:1678-5320
2178-0447