Summary: | O artigo analisa a relação icônica que se estabelece entre a personagem Rubião, de Quincas Borba, e seu discurso, partindo do pressuposto de que esse procedimento expõe o processo crítico-reflexivo de Machado de Assis. A opção pela escrita como prática artesanal está manifestada na “Advertência”, que abre Ressurreição, torna-se visível no confronto entre as duas versões de Quincas Borba e ganha expressividade no tratamento conferido ao discurso do protagonista dessa narrativa. Ao explorar as possibilidades da linguagem, Machado confere aos signos verbais a natureza de gestos e neles imprime o poder de reproduzir especularmente o percurso de Rubião. Essa personagem progride de um estado de dispersão, manifestado por um discurso bivocal, até o da integridade na loucura, quando assume a univocidade discursiva. Ao evidenciar sentidos, os procedimentos narrativos compelem o leitor a buscar a intencionalidade do texto e dele migrar para o do contexto social, onde incide a denúncia do escritor
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