E, sem talento, faço um trabalho técnico, violento
A concepção romântica do escritor “inspirado” parece estar completamente desacreditada no debate contemporâneo sobre a criação literária. Enquanto, no início do século XX, Rilke ainda declarava ter ouvido do vento as primeiras palavras das Elegias de Duíno e Manuel Bandeira afirmava que “não forçav...
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Universidade Estadual de Campinas
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doaj-8326d3e4d9a14e5cbaa203b3f90b3e392021-06-21T13:43:08ZporUniversidade Estadual de CampinasRemate de Males2316-57582015-03-0134210.20396/remate.v34i2.86358723579E, sem talento, faço um trabalho técnico, violentoMarco Catalão0Universidade Estadual de Campinas A concepção romântica do escritor “inspirado” parece estar completamente desacreditada no debate contemporâneo sobre a criação literária. Enquanto, no início do século XX, Rilke ainda declarava ter ouvido do vento as primeiras palavras das Elegias de Duíno e Manuel Bandeira afirmava que “não forçava a mão” ao compor um poema, hoje a inspiração só aparece no discurso dos escritores como coadjuvante no clichê que afirma que a “transpiração” é o elemento decisivo para a criação literária. “Não há inspiração, há trabalho”, afirma José Saramago numa entrevista recente; “a poesia é fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”, já asseverava João Cabral há cinquenta anos. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8635872Elegias de DuínoDepoimentos |
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A concepção romântica do escritor “inspirado” parece estar completamente desacreditada no debate contemporâneo sobre a criação literária. Enquanto, no início do século XX, Rilke ainda declarava ter ouvido do vento as primeiras palavras das Elegias de Duíno e Manuel Bandeira afirmava que “não forçava a mão” ao compor um poema, hoje a inspiração só aparece no discurso dos escritores como coadjuvante no clichê que afirma que a “transpiração” é o elemento decisivo para a criação literária. “Não há inspiração, há trabalho”, afirma José Saramago numa entrevista recente; “a poesia é fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”, já asseverava João Cabral há cinquenta anos.
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